Todos os anos, refugiados Rohingya nos campos de Bangladesh e as comunidades locais enfrentam condições climáticas extremas com o começo das chuvas de monções
Refugiados Rohingya que viviam em abrigos sob risco de deslizamentos de terra esperam ser transferidos do Campo 5 para o local de extensão recém-construído no Campo 4 no campo de Kutupalong. © ACNUR/Adam Dean
Imagine o alívio que você sente quando finalmente encontra um lugar seguro. Você recebe itens essenciais e uma refeição quente. Você começa a se acomodar – afinal, agora tem um lugar para dormir. É claro, não é a mesma coisa que costumava ser a sua casa. Nada se compara ao lugar que você abandonou. Mas, pelo menos, agora você não precisa se preocupar com a segurança de seus filhos.
Porém, todos os anos os refugiados Rohingya nos campos de Bangladesh e as comunidades locais enfrentam o mesmo risco: as condições climáticas extremas que marcam o começo das chuvas de monções.
Refugiados Rohingya em Bangladesh estão salvos da violência que os forçaram a deixar seu país. Mas, no maior campo de refugiados do mundo, eles estão suscetíveis a outros desafios – sobretudo esse ano, uma vez que a pandemia de Covid-19 dificultou ainda mais suas vidas.
Essa é a história de vários refugiados Rohingya em Bangladesh. Nos últimos meses, outros eventos devastadores atingiram a região. Um incêndio massivo em março tornou-os ainda mais vulneráveis do que antes.
Agora, eles enfrentam as ameaças dos eventos climáticos intensos com o começo do período de chuvas de monções e de ciclones. Os campos populosos em Cox’s Bazar abrigam mais de 880 mil refugiados Rohingya – sendo que destes mais da metade são crianças. O super povoamento é um problema sério e aumenta os riscos de deslizes, surtos de doenças e tensões dentro da comunidade.
Todos os anos, de março a outubro, as chuvas de monções provocam tempestades e ventos fortes. Durante esse período, chove 80% do esperado para o ano inteiro. Esse fenômeno normalmente causa enchentes e desabamentos. Abrigos e instalações de saneamento básico normalmente são destruídos, tornando a população suscetível a doenças.
O ACNUR e seus parceiros estão ajudando os refugiados a se prepararem para o período de chuva de monções, ao passo que também respondem a múltiplas necessidades urgentes. As respostas do Governo de Bangladesh, ACNUR e de seus parceiros são cruciais para salvar vidas. Elas incluem:
O papel desempenhado pelos próprios refugiados, que muitas vezes são os primeiros a responder no terreno, é fundamental. Treinados pelo ACNUR e parceiros, os voluntários Rohingya estão na vanguarda dos esforços para proteger os residentes dos campos durante o período das monções.
Nós também continuamos trabalhando em estreita colaboração com o governo, autoridades locais e outros parceiros para manter os esforços da resposta à Covid-19, que inclui refugiados.
Em março de 2021, um incêndio nos campos de Kutupalong e Bulukhali deixaram cerca de 50.000 refugiados Rohingya sem abrigo. O fogo destruiu cerca de 1.600 instalações de serviços essenciais como hospitais, centros de distribuição e de aprendizagem. O ACNUR e seus parceiros responderam imediatamente, apoiando a ação liderada pelo governo e trabalhando estreitamente com refugiados voluntários. Foram distribuídos itens de emergência, água potável, serviços sanitários, abrigos de emergência, serviços médicos, apoio psicossocial e reemissão de documentos destruídos pelo fogo.
Primeiro, a discriminação e a violência extrema. Em seguida, uma pandemia global. Agora, um incêndio devastador e o início do período de monções. A situação de inúmeros refugiados Rohingya está muito mais difícil do que antes.
Com esses novos desafios em uma situação que já é difícil, a crise dos Rohingya se torna cada vez mais complexa – e a situação daqueles que moram nos campos mais desesperadora. É por isso que, mais do que nunca, eles precisam de ajuda.
A operação do ACNUR em Bangladesh arrecadou apenas 21% do valor necessário para salvar vidas. Sua ajuda é urgente. Por favor, doe agora.
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