Declaração atribuída à Alta Comissária Adjunta para Proteção do ACNUR, Gillian Triggs
Rabi Saley, 35, que fugiu do Mali após ataques em sua cidade natal, encontrou refúgio em Ouallam, Níger, onde trabalha em uma horta com outras mulheres refugiadas, deslocadas e locais. © ACNUR/Colin Delfosse
Conflitos, a crise climática e a pandemia de Covid-19 estão dando um golpe triplo nos direitos e na segurança das mulheres e meninas refugiadas, deslocadas internamente e apátridas, muitas das quais já enfrentavam desigualdades e discriminação profundamente enraizadas.
Dois anos após o início da pandemia, continuamos a ver um aumento nos relatos de violência de gênero, como violência doméstica, casamentos forçados, trabalho infantil, tráfico e exploração.
Em alguns contextos onde as famílias são atingidas por conflitos, desastres, insegurança e pobreza crescente, as meninas estão sendo retiradas da escola para trabalhar, casar e, nos casos mais extremos, para serem vendidas.
As dificuldades socioeconômicas foram agravadas pela pandemia, e as mulheres e meninas deslocadas estão entre as mais atingidas. Milhões dependem de empregos precários na economia informal – ganhando menos e gastando mais para sustentar suas famílias. Elas estão em maior risco de pobreza e exploração.
A desigualdade de gênero é intensificada pelo deslocamento forçado. Sabemos por nossas interações diárias que mulheres e meninas que vivem em crises humanitárias e conflitos armados correm maior risco.
Tememos que a desigualdade de gênero existente ainda se aprofunde mais com os impactos das mudanças climáticas – o desafio para as mulheres é maior no acesso a recursos naturais, direitos legais, oportunidades de subsistência, redes de segurança formalizadas, acesso a tecnologia e informação.
Neste mês das Mulheres, o ACNUR pede aos governos, à sociedade civil e a todas as pessoas e comunidades que enfrentem a desigualdade de gênero e que apoiem e promovam a liderança, a inclusão e a participação integral de mulheres e meninas deslocadas.
De sua parte, o ACNUR está empenhado em amplas as respostas locais lideradas por mulheres e fortalecer sua colaboração com organizações lideradas por mulheres – especialmente aquelas lideradas por mulheres e meninas refugiadas, deslocadas internamente e apátridas.
São necessários esforços conjuntos para trabalhar em parceria com mulheres e meninas deslocadas à força e transformar sistemas e normas sociais prejudiciais que perpetuam a desigualdade e a discriminação de gênero. Mulheres e meninas refugiadas e deslocadas à força não devem ser deixadas para trás.
Notas aos editores:
Para apoiar ainda mais as respostas lideradas por mulheres, o ACNUR concedeu sete Prêmios de Inovação de ONGs 2022 para organizações lideradas por mulheres e meninas na Malásia, Peru, Nigéria, RDC, França e Iraque. Os premiados deste ano estão todos trabalhando para promover a igualdade de gênero e liderança para mulheres e meninas deslocadas e afetadas por conflitos.
Esses prêmios reconhecem os esforços e realizações de ONGs que, de forma criativa e eficaz, forneceram proteção e serviços essenciais a refugiados, deslocados à força e comunidades apátridas. Mais informações sobre o prêmio e os vencedores estão disponíveis aqui.
Para mais informações sobre este tema, por favor entrar em contato:
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