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Refugiados iraquianos na Síria estão inseguros em retornar para casa

Comunicados à imprensa

Refugiados iraquianos na Síria estão inseguros em retornar para casa

Refugiados iraquianos na Síria estão inseguros em retornar para casaUma recente pesquisa do ACNUR indicou que a maioria dos refugiados iraquianos que vivem na Síria ainda reluta em voltar para suas casas de forma definitiva.
11 Outubro 2010

GENEBRA, 8 de outubro (ACNUR) – Um recente levantamento do ACNUR feito com refugiados iraquianos que vivem na Síria indicou que a maioria destes ainda reluta em voltar para suas casas de forma definitiva. O levantamento foi realizado nos meses de julho e agosto na fronteira de Al Walled, entre Síria e Iraque.

“De um total de 498 famílias, representando mais de 2.000 indivíduos, 46% citaram as incertezas políticas como principal motivo para evitar o retorno, enquanto 15% acusaram as condições instáveis de segurança. Outros 13% disseram não querer voltar por causa das oportunidades limitadas de educação, e 6% citaram a falta de moradia”, disse em Genebra Melissa Fleming, porta-voz do ACNUR.

“A maioria das pessoas que atravessam a fronteira (89%) em direção ao Iraque disse que era apenas uma viagem curta. Em 42% dos casos, o motivo era o de visitas familiares. Outros 18% disseram que estavam checando as condições do local, 15% queriam obter alguma documentação e 10% cruzaram a fronteira para checar a situação de suas propriedades,” acrescentou.

Uma pesquisa similar feita na fronteira entre Iraque e Jordânia com aproximadamente 364 famílias (cerca de 1.450 pessoas) revelou que ninguém estava retornando ao Iraque de forma permanente. Motivos similares foram citados pelos entrevistados.

A Síria abriga o maior número de refugiados iraquianos na região. Desde o começo da guerra no Iraque, o ACNUR já registrou mais de 290 mil iraquianos. Desde então, alguns foram reassentados ou partiram para terceiros países por conta própria; alguns retornaram para o Iraque, a maioria destes espontaneamente e outros com assistência limitada do ACNUR. A maioria, entretanto, permanece na Síria. No final de agosto, o ACNUR registrou pouco mais de 150 mil refugiados iraquianos.

“A demanda por registro de refugiados iraquianos na Síria tem crescido nos últimos cinco meses, com uma média de 1,9 mil pessoas solicitando registro todos os meses desde o começo do ano”, disse Fleming. “Desde maio, este cenário aumentou drasticamente, chegando a um pico de 3,5 mil registros em agosto. A maioria das solicitações de registro de iraquianos vem das províncias de Bagdá e Ninewa, reconhecidas pelo ACNUR como particularmente perigosas”, acrescentou a porta-voz.

A Síria tem sido um generoso anfitrião para os refugiados iraquianos. Mais de 70% dos refugiados iraquianos atualmente registrados na Síria moram lá há mais de quatro anos.  Embora muitos refugiados iraquianos tenham deixado o Iraque com algumas economias, estas economias se esgotaram após anos de exílio. Como resultado, os refugiados dependem de assistência alimentar e financeira do ACNUR.

Aproximadamente 40% de todos os iraquianos registrados na Síria são considerados vulneráveis e dependentes de assistência. Cerca de 34 mil sofrem sérios problemas médicos, enquanto 9% da população é enquadrada como “mulheres em situação de risco”.

“O ACNUR não considera a situação de segurança no Iraque adequada para facilitar ou promover retornos. Não obstante, continuamos ajudando os refugiados que expressam voluntariamente o desejo de retornar, em coordenação com autoridades iraquianas”, observou Fleming.

O número de refugiados que retornam permanentemente ao Iraque tem sido muito baixo. Desde o começo de 2010, o ACNUR ajudou 163 deles que estavam na Síria a retornar para o Iraque. De acordo com estatísticas do governo iraquiano, apenas 18.240 refugiados iraquianos voltaram do exílio entre janeiro e agosto deste ano.