Fotos de satélite mostram grande crescimento urbano no oeste de Mogadishu
Fotos de satélite mostram grande crescimento urbano no oeste de Mogadishu
“Ao realizar um novo levantamento [completado em setembro] o número de pessoas no corredor de Afgooye foi recalculado em 410.000,” disse um porta-voz da ACNUR, acrescentando que o último levantamento em 2009 fez uma estimativa de 366.000. O porta-voz disse que locais improvisados haviam surgido nos 30 quilômetros de trecho da rodovia desde que os combates na capital sitiada aumentaram em 2007.
O novo levantamento é resultado de um complexo exercício de três meses guiado pelo ACNUR em nome de agências humanitárias na Somália. Devido a difícil situação de segurança e a falta de acesso ao local, esse levantamento foi baseado em imagens de alta resolução tiradas por satélite da qual a agência deduziu o tamanho da população.
“As imagens de satélite indicam que lá foram construídas tanto estruturas permanentes como temporárias. Nós estavamos aptos a identificar e mapear individualmente cada construção e abrigo temporário. No geral existem 91.397 abrigos temporários e 15.495 permanentes na área,” disse o porta-voz.
Para determinar o tamanho da população, os demógrafos do ACNUR mediram as áreas de superfície habitaveis de cada habitação e aplicaram diferentes densidades populacionais para estruturas permanentes e provisórias, baseado na comparação com a densidade populacional de áreas similares na Somália.
Além dos aproximados 410.000 deslocados internos de Afgooye, o ACNUR estima que existam 55.000 pessoas em Dayniile ao norte de Mogadishu, 15.200 no corredor de Bal’cad no extremo norte da capital e 7.260 em Kax Shiiqaal ao oeste. A população deslocada em Mogadishu é a mais imprecisa, mas a agência de refugiados estima que 372.000 deslocados estejam na capital.
“Refletindo o crescimento populacional houve uma rápida urbanização do corredor Afgooye – claramente detectável em imagens de satélite,” disse o porta-voz, acrescentando:
“Todas as novas cidades têm substituído locais de assentamento de deslocados, com mais pessoas vivendo em construções rudimentares ao longo das dezenas de milhares de abrigos feitos de tecidos."
No geral, parece que as estruturas em Afgooye estão se tornando mais perenes do que as esperanças de um retorno em segurança para a capital. Apenas nas últimas quatro semanas quase 12.000 pessoas fugiram para o corredor de Afgooye, que se tornou a terceira maior área urbana na Somália após Mogadishu e Hargeisa na Somalilândia.
As condições de vida no corredor de Afgooye são extremamente difíceis. Pessoas lutam por comida e outras necessidades básicas uma vez que a precária situação de segurança impede que agências humanitarias cheguem às pessoas necessitadas.
Alguma assistência tem chegado à região através de parceiros locais do ACNUR, mas as somas são diminutas quando comparadas às necessidades. Muitas pessoas correm riscos e vão e voltam para Mogadishu todos os dias em busca da sobrevivência diária. Serviços básicos como saúde e educação são escassos e rudimentares.
As conclusões desse último levantamento no corredor de Afgooye tem também aumentado o número estimado de deslocados internos na Somália para mais de 1,46 milhões. Além disso, o conflito na Somália já produziu quase 614.000 refugiados somalis, cuja maioria se encontra em países vizinhos.