ACNUR distribui ajuda em meio a agravamento das condições no leste da Ucrânia
ACNUR distribui ajuda em meio a agravamento das condições no leste da Ucrânia
GENEBRA, 11 de março de 2015 (ACNUR) – A agência da ONU para refugiados informou esta semana que está "extremamente preocupada" com o agravamento da situação humanitária no leste da Ucrânia, em particular nas áreas controladas por forças contrárias ao governo.
O porta-voz do ACNUR, William Spindler, disse que a falta de acesso aos serviços públicos agravou o sofrimento da população civil na região leste, "Isto ficou pior com a restrição de circulação de pessoas e bens", afirmou ele.
As condições no norte de Donetsk e em Luhansk estão particularmente precárias, com a interrupção do fornecimento de água e energia elétrica decorrentes de bombardeios e ataques com foguetes. Os relatos de mortes de civis em virtude dos bombardeios continuam, especialmente em torno da cidade de Debaltseve, que foi palco de intensos combates em janeiro e fevereiro.
"Os combates dificultam a distribuição de ajuda humanitária para os muitos civis presos nestas áreas. A escassez de suprimentos básicos, como alimentos, combustível e medicamentos, elevou os preços dos produtos disponíveis", disse Spindler.
"As condições de vida, especialmente para quem mora em escombros de casas ou abrigos improvisados, ficaram mais difíceis com o inverno e as temperaturas muito baixas", acrescentou.
A liberdade de circulação é um problema, com os civis frequentemente presos nas zonas de conflito. A falta de acesso a transportes, insegurança nas rotas de saída e as barreiras administrativas estão impedindo os civis de chegar a locais seguros. De acordo com funcionários do ACNUR, muitas pessoas estão se sentindo abandonadas.
As autoridades ucranianas já retiraram de Donetsk e Luhansk mais de 11 mil pessoas, incluindo mais de 2.240 crianças e quase 350 pessoas com necessidades especiais", mas a assistência aos deslocados continua aquém da demanda, especialmente no fornecimento de abrigo, transporte, informação e manutenção da unidade familiar", explicou o porta-voz.
Apesar dos riscos e falta de segurança, o ACNUR e seus parceiros disponibilizaram ajuda de emergência e auxílio alimentar a alguns dos civis mais necessitados, inclusive em áreas que estavam sob bombardeio frequente. Pela primeira vez, o ACNUR conseguiu distribuir ajuda em áreas em Luhansk-Novopskov e Markivka. Segundo as autoridades locais, cerca de 30% da população deslocada em Novopskov e Markivka receberam assistência.
O abastecimento também ocorreu em Debaltseve e na cidade vizinha de Nikishyne, onde muitas casas foram danificadas ou destruídas pelos combates recentes. Além disso, 11.500 pessoas na região de Donetsk receberam auxílio alimentar e assistência humanitária do ACNUR em fevereiro.
"O ACNUR continua a aumentar a sua presença na cidade de Donetsk, e está analisando a viabilidade de um aumento de sua presença em Luhansk", disse Spindler.
Como parte da resposta global da ONU para a situação na Ucrânia, o ACNUR co-lidera o cluster de proteção e lidera o cluster de abrigo e itens não-alimentícios . O número de pessoas internamente deslocadas pelo conflito na Ucrânia já atingiu a marca de 1,1 milhão. O número total de ucranianos que buscaram refúgio, residência e outras formas de permanência legal nos países vizinhos agora está em 674,3 mil, incluindo 542,8 mil na Rússia e 80,7 mil na Bielorrússia.