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Cerca de 16 mil pessoas buscam refúgio em Camarões depois de confrontos

Comunicados à imprensa

Cerca de 16 mil pessoas buscam refúgio em Camarões depois de confrontos

Cerca de 16 mil pessoas buscam refúgio em Camarões depois de confrontosACNUR reportou que cerca de 16 mil nigerianos fugiram para a região de Far North, em Camarões, no último fim de semana.
6 Março 2015

DAKAR, Senegal, 6 de março de 2015 (ACNUR)– A Agência da ONU para Refugiados reportou que cerca de 16 mil nigerianos fugiram para a região de Far North, em Camarões, no último fim de semana, para escapar de confrontos entre as forças militares regionais e insurgentes no nordeste da Nigéria.

As autoridades camaronesas afirmaram que os refugiados deixaram suas aldeias e ficaram presas no fogo cruzado. Outros grupos continuaram a travessia pelas voláteis zonas de fronteiras, incluindo Makaria, Logone Birni e Fotokol, ao sul do lago Chade, que nas últimas semanas têm sido atacadas por insurgentes nigeriano.

O ACNUR está trabalhando em Camarões para tirar o quanto antes os refugiados das áreas de conflito, realocando-os em um centro de trânsito em Kousseri, a 90 quilômetros da fronteira e 370 quilômetros ao norte de Minawao, onde há um campo de refugiados.

"Por causa do conflito não temos acesso às áreas de fronteira onde os refugiados têm chegado", disse o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards. Ele acrescentou que a agência e seus parceiros estavam prontos para dar assistência emergencial de saúde, nutrição, água e alimento aos recém-chegados.

Esta semana os comboios começaram a realocação da fronteira para Kousseri. Após os procedimentos de triagem, o ACNUR pretende transferir diariamente cerca de 2 mil refugiados para Minawao, onde está em curso a construção de abrigos e estrutura de saneamento. Em Minawao, o ACNUR também fornecerá assistência básica, como cobertores, kits de cozinha e sabão. O acampamento abriga atualmente mais de 32.600 refugiados nigerianos.

Edwards disse que o governo de Camarões continua a fornecer escoltas para comboios humanitários e de realocação na tentativa de assegurar a proteção física dos refugiados e dos atores humanitários.

"Por causa da precarização da segurança na região, e a perspectiva de mais chegadas de refugiados, estamos discutindo a criação de um segundo campo de refugiados, mais longe da fronteira. Dada a escassez de água em torno de Minawao, queremos garantir que um segundo campo proporcione níveis adequados de água potável para a grande população de refugiados, que vem crescendo na região de Far North", disse Edwards.

Pelos últimos acontecimentos, a expectativa é de que 66 mil refugiados nigerianos cheguem em Camarões, dos quais cerca de 41,5 já foram verificados pelo ACNUR.

Enquanto isso, no Níger, os ataques de insurgentes em Bosso e Diffa, no início de fevereiro, têm resultado na deterioração da situação humanitária na região, com o deslocamento interno de cerca de 50 mil pessoas para a cidade de Zinder (a 500 quilômetros a oeste da cidade de Diffa) e em toda a região de Diffa. Equipes do ACNUR relatam que as pessoas estão progressivamente retornando para suas casas em Diffa, enquanto Bosso permanece praticamente vazia.

O ACNUR, juntamente com autoridades locais, agências da ONU e ONGs parceiras, realizaram uma avaliação rápida nas acomodações para deslocados em Diffa. A situação é particularmente preocupante em torno do lago Chade e no acesso a essas populações, que estão em extrema necessidade de comida, água e abrigo. A rápida elevação nos preços de alimentos e matérias-primas nos mercados locais agravam ainda mais a situação socioeconômica, tanto da população deslocada como da comunidade de acolhida.

Na parte ocidental da região de Diffa, o ACNUR e a Comissão Nacional de Elegibilidade do país recomeçarão em breve a realocação voluntária de refugiados das aldeias na fronteira para o campo de refugiados Sayam Forage, a 50 quilômetros ao norte da fronteira. "Também estamos trabalhando para estabelecer outro local para refugiados e deslocados internos, caso a situação em Diffa continue a deteriorar-se", disse Edwards.

Mais de 100 mil pessoas chegaram ao Níger nos últimos dois anos, incluindo nigerianos e nacionais do Níger retornados ao país, segundo as autoridades. Na semana passada, o parlamento do país prorrogou por mais três meses o estado de emergência na região de Diffa.

O conflito no nordeste da Nigéria também forçou cerca de 18 mil pessoas a fugir para o Chade ocidental, incluindo mais de 15 mil desde o início de janeiro, depois de grandes ataques na cidade de Baga, no estado de Borno. Até o momento, o ACNUR está transferindo 3.800 deles para Dar es Salam. Além disso, há cerca de um milhão de pessoas deslocadas internamente, no nordeste da Nigéria, segundo a Agência de Gestão de Emergências do país.