ACNUR adverte que retorno ao Quirguistão deve ser sustentável
ACNUR adverte que retorno ao Quirguistão deve ser sustentável
GENEBRA, 23 de junho (ACNUR) – O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) recomendou cautela no retorno dos refugiados e outros deslocados ao sul do Quirguistão, após informações de que milhares de pessoas estavam retornando às suas comunidades, algumas sob pressão de autoridades locais.
Em uma declaração realizada em Genebra, a Agência para Refugiados aplaudiu os esforços do Quirguistão e do Uzbequistão em atender as necessidades dos deslocados, mas disse que era essencial que o retorno fosse voluntário e com as pessoas fossem devidamente informadas.
“O ACNUR saúda o retorno dos refugiados e das pessoas deslocadas às suas casas e valoriza o fato de que a readmissão através da fronteira quirguiz esteja sendo permitida”, disse o porta-voz. “Os retornos devem ser ordenados, voluntários e em condições de segurança e dignidade. Instamos às autoridades que se abstenham de exigir o retorno contra a vontade dos refugiados e de outras pessoas deslocadas.”
“O ACNUR tem trabalhando com as autoridades, em ambos os países, para atender às necessidades das pessoas deslocadas pela violência que irrompeu há duas semanas na cidade de Osh e suas redondezas. Ao mesmo tempo em que o número de mortes ainda não foi verificado, estima-se que cerca de 300 mil pessoas foram deslocadas dentro do Quirguistão e outras 100 mil fugiram através da fronteira para o Uzbequistão.
O ACNUR forneceu mais de 300 toneladas de itens de assistência através de uma série de vôos levando ajuda humanitária durante a semana passada, trabalhando com os governos concernidos e parceiros locais, muitas vezes em situações de perigo, e estabelecendo rapidamente equipes de apoio no aeroporto de Osh e na cidade de Jalalabad.
Em sua declaração o ACNUR enfatizou a importância dos retornados terem acesso à ajuda humanitária que possibilite a reintegração. “Nós também pedimos que os retornos voluntários aconteçam primeiramente para as regiões às quais as agências humanitárias têm acesso.”