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Dia Mundial Humanitário: ACNUR recorda o sacrifício dos colegas falecidos

Comunicados à imprensa

Dia Mundial Humanitário: ACNUR recorda o sacrifício dos colegas falecidos

Dia Mundial Humanitário: ACNUR recorda o sacrifício dos colegas falecidosTrabalhadores do ACNUR irão juntar-se a colegas das Nações Unidas e outras organizações não-governamentais na quarta-feira para cumprir o primeiro Dia Mundial Humanitário.
18 Agosto 2009

GENEBRA, Suiça, 18 de Agosto (ACNUR) – Trabalhadores do ACNUR irão juntar-se a colegas das Nações Unidas e outras organizações não-governamentais na quarta-feira para cumprir o primeiro Dia Mundial Humanitário, honrando aqueles que foram feridos ou mortos enquanto fazendo o seu trabalho humanitário.

O dia, que também é o Dia da Memória dos Trabalhadores Humanitários, foi escolhido pela Assembleia Geral das Nações Unidas no passado dezembro e é especialmente doloroso para o ACNUR, que perdeu três funcionários em ataques este ano no Paquistão. Estes estão entre os 30 trabalhadores do ACNUR que morreram no exercício das suas funções desde 1987.

A data comemora o mesmo dia em 2003 no qual o escritório das Nações Unidas no Iraque foi atacado, matando 22 pessoas incluindo Sérgio Vieira de Mello, veterano do ACNUR, que era Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos e Representante Especial do Secretário Geral das nações Unidas na altura.

“Como podemos satisfazer as necessidades vitais das pessoas mais vulneráveis do mundo, assegurando-nos que aqueles que proporcionam ajuda sejam mantidos a salvo?”, escreveu o Alto Comissário António Guterres este mês num editorial. “A nossa capacidade de ajudar aqueles que mais necessitam está a ser severamente testada pelo decréscimo do chamado “espaço humanitário” no qual devemos trabalhar. A natureza do conflito está a mudar, com a multiplicidade dos grupos armados, alguns dos quais vêem os trabalhadores humanitários como alvos legítimos”.

Entre os eventos que marcam o dia, o Guterres irá falar perante o Concelho dos Trabalhadores do ACNUR numa cerimónia na sede, em Genebra. Mais tarde, irá falar no evento comemorativo em Parc des Baston, Genebra, organizado pela OHCA e pela Fundação Sérgio Vieira de Mello.

O ano passado 260 trabalhadores humanitários foram mortos, raptados ou gravemente feridos em ataques, o número anual mais alto em registo. A média do número de ataques nos últimos três anos foi 3 vezes mais elevada do que a média dos 9 anos anteriores.

Em fevereiro de 2009, o condutor veterano do ACNUR, Syed Hashim, foi morto a tiro no Paquistão durante o rapto de John Solecki, chefe do escritório em Quetta. Solecki foi libertado em abril, após dois meses de cativeiro.

Em junho, Aleksandar Vorkapic, um trabalhador de ACNUR em missão de emergência para prestar assistência aos deslocados pelo conflito na província da Fronteira Noroeste, no Paquistão, morreu no atentado no hotel Pearl Continental, em Peshawar. Em julho, Zill-e-Usman, funcionário de terreno veterano de ACNUR, foi morto a tiro, num campo de deslocados internos em Peshawar, por assaltantes desconhecidos.

Com operações em algumas das regiões mais perigosas do mundo, os assassinatos levaram a que se fizesse uma profunda revisão dos procedimentos de segurança do ACNUR. Esta semana o Alto Comissário Adjunto do ACNUR, L. Craig Johnstone, está no Paquistão a falar com trabalhadores humanitários e funcionários locais sobre a situação da segurança.

“Com a mudança da natureza dos conflitos armados e da conduta de alguns dos combatentes, com maior frequência os trabalhadores humanitários tornaram-se alvos deliberados, causando tensão, e em algumas situações contradição, entre os imperativos de segurança dos trabalhadores e acção humanitária”, disse Guterres.

“O ACNUR tem lutado continuamente para determinar um nível de risco de segurança “aceitável” ao qual os funcionários podam ser expostos”, disse ele. “Tal como a comemoração deste mês demonstra, é um dilema verdadeiramente terrível”.

 Apesar dos riscos, que já tiraram as vidas de mais de 700 trabalhadores humanitários durante a última década, os membros do ACNUR e de organizações análogas continuam ajudar aqueles em necessidade em todo o mundo.

O Dia Mundial Humanitário é uma oportunidade para recordar aqueles que foram mortos ou feridos, assim como para honrar aqueles que continuam com o seu trabalho humanitário apesar do perigo.