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Angelina Jolie faz terceira visita ao Iraque, pede ajuda para os deslocados

Comunicados à imprensa

Angelina Jolie faz terceira visita ao Iraque, pede ajuda para os deslocados

Angelina Jolie faz terceira visita ao Iraque, pede ajuda para os deslocadosA Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR, Angelina Jolie, voltou ao Iraque na quinta-feira...
23 Julho 2009

BAGDÁ, Iraque, 23 de julho (ACNUR) – A Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR, Angelina Jolie, voltou ao Iraque na quinta-feira para oferecer suporte às centenas de milhares de iraquianos que continuam deslocados em seu próprio país.

Durante sua visita de um dia a Bagdá, Angelina Jolie visitou um assentamento provisório para os deslocados internos no subúrbio de Chikuk, no noroeste de Bagdá onde ela encontrou quatro famílias deslocadas do distrito de Abu Ghraib, localizado no oeste de Bagdá, e dos subúrbios ocidentais da capital.

Apesar das dificuldades no Iraque, Angelina Jolie disse que este era um momento de oportunidades para os iraquianos reconstruírem suas vidas. “Este é um momento no qual as coisas parecem  estar melhorando, mas os iraquianos precisam de muito suporte e ajuda para reconstruir as suas vidas”.

As famílias que a Angelina Jolie conheceu reclamaram que suas crianças não podiam ir para a escola e eles não podiam pagar por tratamentos médicos e por vários alimentos. Ali*, de 43 anos, construiu sua casa de tijolo cru em Chikkok depois de escapar do distrito de Abu Ghraib com suas esposa de 38 anos de idade e seus 6 filhos quatro anos atrás.

“A única ajuda que nós temos foi do ACNUR. Eles são as únicas pessoas que bateram na nossa porta. Mas olhem para esta vida, é muito difícil para nós”, ele disse. “Precisa ter muita força para você sobreviver neste tipo de vida. Eu não sei se eu seria forte o suficiente para sobreviver a isso” disse Angelina Jolie.

Em uma casa perto, a famosa atriz conheceu uma família de nove que incluia crianças que não vão à escola e um bebê com alergia em todo o corpo. Angelina segurou o recém-nascido em seu colo durante a visita. A nora estudou direito antes de a violência ter forçado a família a fugir, impossibilitando o término de sua educação.

“De jeito nenhum” a família disse em uníssono quando Angelina perguntou se eles queriam voltar à sua casa no seu antigo distrito. “Nossos vizinhos retornaram e suas três filhas foram mortas” a nora, Salwa*, disse. “Porque isto está acontecendo conosco?” Ela perguntou.

“Eles estão certos de achar que não é justo” disse Angelina, que prometeu voltar ao Iraque. “Eu quero voltar e encontrar vocês em um lugar melhor e numa situação diferente. Nós esperamos que o ACNUR e o governo ajudem vocês a ter um pedaço de terra. Vocês precisam de ajuda não porque vocês são pobres, mas porque vocês são o futuro do Iraque”, ela falou, ainda disse que ela esperava que Salwa pudesse se tornar uma advogada.

“A realidade neste campo é áspera mas têm também algumas pessoas que foram capazes de voltar para casa ou para lugares mais seguros” Angelina disse mais tarde. “Têm algumas mudanças. Algumas das pessoas deslocadas retornaram às suas casas, não são muitos, mas mesmo assim é um progresso.”

Em Chikuk vivem mais de 20 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças. Muitos dos moradores são pessoas do lugar. Falta água potável, um sistema de saneamento e estradas pavimentadas. A área é cheia de lixo, apesar de uma limpeza organizada pelo ACNUR no incício do ano.

A agência das Nações Unidas para os refugiados tem transportado água potável para os moradores nos últimos meses e trabalhou na reabilitação do sistema hídrico, além de conduzir algumas pequenas reparações nas habitações.

O ACNUR estima que 1,6 milhões de iraquianos foram deslocados internamente por uma onda de violência sectária que começou em fevereiro de 2006, depois do bombardeio de uma mesquita na antiga cidade de Samarra. Quase 300.000 pessoas retornaram às suas casas com a melhora geral na situação da segurança desde a metade de 2008.

Desde abril do ano passado o ACNUR promoveu uma campanha de reabilitação e melhoramento das habitações provisórias beneficiando 5.000 famílias. Aproximadamente 20.000 casas vão ser reabilitadas até o final deste ano. Centenas de milhares de refugiados iraquianos continuam em países visinhos, principalmente na Síria e na Jordânia.

Angelina Jolie visitou o Iraque pela terceira vez. Em agosto de 2007, ela visitou 1.200 refugiados presos no campo de Al Walid perto da fronteira com a Síria. Ela também visitou o país em fevereiro do ano passado, quando destacou os problemas encontrados pelos deslocados e pediu urgência na ação para ajudá-los.

* Os nomes foram mudados por razões de proteção.

Por Abeer Etefa em Bagdá, Iraque