ACNUR está preocupado com deslocados internos e refugiados no Paquistão

GENEBRA, 6 de maio de 2009 (ACNUR) - O Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres, expressou hoje sua preocupação com a segurança de milhares de civis deslocados e refugiados no noroeste do Paquistão e afirmou que o ACNUR está preparado para aumentar sua operação humanitária na região.

A agência da ONU para refugiados já iniciou o envio de assistência emergencial para os novos campos que estão sendo construídos nos distritos de Mardan e Swabi. “Estamos também assistindo as autoridades locais no estabelecimento de dois centros de recepção, e outros dois serão construídos nas principais rotas adjacentes à zona do conflito”, afirmou o Alto Comissário.

Guterres explicou que o ACNUR está preocupado não só com a situação dos paquistaneses deslocados pelo conflito, mas também com os cerca de 20 mil refugiados afegãos que vivem nas regiões de Buner, Lower Dir e Upper Dir. “Recebemos relatos de que muitos refugiados têm fugido da zona de conflito junto com a população local. Alguns deles estão preferindo retornar ao Afeganistão com o apoio do ACNUR e outros têm ido para campos de refugiados existentes dentro do Paquistão”, explicou o Alto Comissário.

O número de civis deslocados devido à recente escalada dos conflitos entre forças do governo e milícias ainda não é claro. As autoridades da província de North West Frontier afirmam que cerca de 50 mil pessoas foram ou serão afetadas pelo recente conflito. “Nos últimos quatro dias, o ACNUR ajudou as autoridades a registrar aproximadamente 45 mil pessoas e a estabelecer 12 pontos de registro”, disse Guterres.

Desde agosto de 2008, o ACNUR possui uma relevante operação para deslocados internos no Paquistão, que é parte de uma resposta conjunta estabelecida pela ONU. Antes da recente escalada da violência, as regiões de Lower Dir, Buner e Swat abrigavam mais de 555 mil deslocados internos. A maioria deles – mais de 462 mil pessoas - vive em acomodações alugadas ou em casas de família e 93 mil permanecem em 11 campos administrados pelo ACNUR, outras agências da ONU, organizações não-governamentais, Cruz Vermelha e Crescente Vermelho.

O Alto Comissário pede a todas as partes envolvidas no conflito que respeitem os princípios humanitários e que garantam a proteção e a liberdade de movimento de civis, assim como a passagem segura dos itens de ajuda emergencial e dos trabalhadores humanitários.