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Milhares retornam à Mogadíscio, capital da Somália, enquanto muitos continuam deixando o país

Comunicados à imprensa

Milhares retornam à Mogadíscio, capital da Somália, enquanto muitos continuam deixando o país

Milhares retornam à Mogadíscio, capital da Somália, enquanto muitos continuam deixando o paísO Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados ...
14 Abril 2009

Brasília, 14 de abril de 2009 – O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) informou hoje em Genebra que cerca de 60 mil pessoas retornaram para Mogadíscio, capital da Somália, desde o começo de 2009. A maioria dos somalis retornam de campos para deslocados internos nas regiões do Baixo e Médio Shabelle, no centro-sul da Somália, e de Hiraan, Galgaduud e Mudug, no centro do país.

 

Os principais destinos de retorno são os distritos de Yaaqshiid, Wardhiigleey, Heliwaa, e Hawl Wadaag, no nordeste de Mogadíscio. De acordo com a agência da ONU para refugiados, cerca de 2,2 mil somalis retornaram do Quênia, 300 do Iêmen e 20 da Etiópia, assim como grupos mistos de cerca de 900 refugiados e retornados forçados da Arábia Saudita.

 

Apesar da relativa calma na capital somali em março, os conflitos que eclodiram no fim do mês entre um grupo armado de oposição e forças do governo deslocaram cerca de 1,2 mil pessoas. A insegurança em certas regiões do país, combinada com a seca e a falta de condições de subsistência, continuam forçando milhares de somalis a fugir para países vizinhos.

 

“Embora o retorno seja um sinal positivo e o retorno sustentável de refugiados e deslocados internos seja a melhor solução, o ACNUR não recomenda o retorno para Mogadíscio neste momento devido à instável situação da segurança e à falta de serviços básicos”, afirmou o porta-voz da agência, Ron Redmond. Os retornados estão enfrentando diversos problemas, incluindo a falta de abrigo adequado, já que muitas casas foram destruídas durante intensos conflitos em Mogadíscio nos últimos dois anos.

 

O ACNUR lidera atualmente uma avaliação inter-agencial da situação em Mogadíscio que servirá de guia para a definição da assistência e da política de proteção da comunidade humanitária em relação aos retornados.

 

“O ACNUR está também reestabelecendo sua presença em Mogadísico, já que todos os funcionários humanitários internacionais haviam sido evacuados depois da deteriorização das condições de segurança em julho de 2008, quando oficiais da ONU foram mortos e sequestrados, incluindo um funcionário do ACNUR”, explicou o porta-voz.

 

De acordo com Redmond, representantes do ACNUR e outras agências humanitárias visitaram no início deste mês a capital somali e discutiram com o Ministério para Assuntos Humanitários do país os próximos passos para apoiar os milhares de retornados e deslocados internos.

 

Mais de 24 mil somalis fugiram para o Quênia desde janeiro e cerca de 3 mil para a Etiópia. Outras 10 mil pessoas deixaram suas casas durante o mesmo período devido à seca acentuada que atinge muitas partes do país - cerca de 8 mil delas deslocaram-se nos distritos de Kismaayo e Badhaade, na região do Baixo Juba, enquanto mais de 2 mil deslocaram-se em Galgaduud, no centro da Somália, das áreas rurais para as urbanas.

 

O ACNUR assiste atualmente mais de 460 mil refugiados somalis nos países vizinhos, incluindo o Quênia (277 mil), Iêmen (126 mil), Etiópia (36 mil), Djibouti (8 mil) e Uganda (7 mil), além de coordenar a proteção e abrigo para cerca de 1,3 milhão de deslocados internos.