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ACNUR está chocado com as perdas de vidas no Mediterrâneo

Comunicados à imprensa

ACNUR está chocado com as perdas de vidas no Mediterrâneo

ACNUR está chocado com as perdas de vidas no MediterrâneoO Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres, expressou nesta manhã sua ...
31 Março 2009

GENEBRA, 31 de março de 2009 (ACNUR) – O Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres, expressou nesta manhã sua profunda tristeza diante das notícias do desaparecimento na costa da Líbia de centenas de pessoas que tentavam chegar à Europa em embarcações irregulares. Ele descreveu o incidente como “o último exemplo trágico de um fenômeno global no qual pessoas desesperadas tomam atitudes desesperadas para escapar de conflitos, perseguições e pobreza em busca de uma vida melhor”. 

As informações ainda são imprecisas, mas os relatos indicam que várias embarcações partiram da costa da Líbia em direção à Itália nos últimos dias e ao menos um barco afundou, deixando muitos passageiros desaparecidos. As autoridades egípcias afirmaram que o acidente ocorreu à cerca de 30 quilômetros da costa da Líbia e que alguns cidadãos egípcios foram resgatados.

“Este é o começo da temporada de tráfico irregular de pessoas pelo Mediterrâneo. O escritório do ACNUR em Roma relatou que dois barcos chegaram na Itália esta semana – um na Sicília, com 244 pessoas a bordo, e outro em Lampedusa, com 219 passageiros”, informou o porta-voz da agência, Ron Redmond.

No ano passado, 36 mil pessoas partiram do norte da África e chegaram na Itália pelo mar. Cerca de 75% delas solicitaram refúgio e 50% receberam alguma forma de proteção internacional das autoridades italianas. “Este trágico incidente ilustra, mais uma vez, os perigos enfrentados pelas pessoas que fazem parte dos fluxos mistos irregulares de migrantes e refugiados no Mediterrâneo e em outros lugares, e que custam milhares de vidas a cada ano”, afirmou Redmond.

O Alto Comissário lembrou que a globalização tem sido assimétrica e que, enquanto o dinheiro e as mercadorias se movem com liberdade, os obstáculos ao deslocamento de pessoas ainda existem e continuam crescendo. “Esse paradoxo faz com que um grande número de pessoas cruzem fronteiras internacionais de forma irregular, o que torna mais difícil a distinção entre migrantes econômicos e refugiados e solicitantes de refúgio”, explicou Guterres. Para ele, o incidente também reforça a necessidade de uma maior cooperação internacional para resgates marítimos.

Durante esta semana, a Assistente do Alto Comissário para Proteção, Erika Feller,  está na Grécia para uma série de encontros que incluem uma discussão sobre a atual situação dos solicitantes de refúgio no país e as chegadas pelo mar. Amanhã, Feller visitará o porto da cidade de Patras, onde muitos migrantes afegãos, entre eles solicitantes de refúgio e mais de 250 menores desacompanhados, vivem em um campo provisório.