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República Democrática do Congo: ataques e situação humanitária preocupam ACNUR

Comunicados à imprensa

República Democrática do Congo: ataques e situação humanitária preocupam ACNUR

República Democrática do Congo: ataques e situação humanitária preocupam ACNURBrasília, 13 de janeiro de 2008 - O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) anunciou hoje que está cada vez mais preocupado com a situação humanitária e com os contínuos ataques do grupo rebelde de Uganda, o Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês), à população civil da República Democrática do Congo.
13 Janeiro 2009

Brasília, 13 de janeiro de 2008 - O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) anunciou hoje que está cada vez mais preocupado com a situação humanitária e com os contínuos ataques do grupo rebelde de Uganda, o Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês), à população civil da República Democrática do Congo.

A onda de violência ocorre principalmente na Província Oriental e, de acordo com uma equipe do ACNUR na região central de Dungu, cerca de 537 pessoas foram mortas na província, que faz fronteira com Uganda e com o sul do Sudão. Outras 408 foram sequestradas pelo grupo LRA desde que a violência aumentou em setembro do ano passado, incluindo vítimas raptadas em ataques durante os últimos quatro dias.

“A estimativa do número de deslocados nesta parte da RDC passa agora das 104 mil pessoas. Muitos delas continuam escondidas em arbustos, especialmente em áreas ao redor da cidade de Faradje, que foi pesadamente atacada durante o período de Natal”, explicou Ron Redmond, porta-voz do ACNUR. Cerca de 37 mil pessoas já fugiram de Faradje, das quais 16 mil foram registradas em Tadu e nas vilas da região sul da cidade, e mais de 10 mil delas são crianças.

Na área de Dungu, que foi atacada pelo LRA em setembro do ano passado, a equipe da Cruz Vermelha local completou o registro dos deslocados na cidade e em mais 27 vilas próximas. “Dos 54 mil deslocados internos registrados, mais de 27 mil são mulheres e cerca de 15 mil crianças com menos de 5 anos de idade”, afirmou Redmond.

As forças armadas do Congo, Sudão e Uganda iniciaram em dezembro uma operação militar conjunta contra o LRA. A última série de ataques do grupo rebelde atingiu vilas e acampamentos na região sudoeste de Faradje. A vila de Tomati, há 57 quilômetros da cidade, foi reduzida a cinzas no sábado. Ataques em Sambia, uma vila mineradora, no último fim de semana deixaram pelo menos sete mortos.

“Por toda a região, a presença dos rebeldes do LRA tem causado pânico e novos deslocamentos. Nossa equipe em Dungu relatou esta manhã que movimentos consideráveis continuam acontecendo próximos à Faradje e áreas ao sul de Dungu”,  disse o porta-voz. Além disso, estima-se que 2 mil pessoas tenham chegado em Ezo, no sul do Sudão.

“Continuamos extremamente preocupados com o destino dos moradores de Faradje que, cada vez mais, estão em zonas de conflito próximas às fronteiras da RDC com a República Centro Africana e o Sudão”, afirmou ele. No distrito de Faradje, cenário de frequentes ataques durante as últimas semanas, vivem cerca de 350 mil pessoas.

A população deslocada está em necessidade urgente de comida, abrigo, medicamentos, roupas e outros itens para assistência emergencial. A área, que por si só impõe imensas dificuldades logísticas devido à falta de estradas e às condições de pobreza, é altamente instável.

“O acesso humanitário seguro continua sendo a principal dificuldade tanto para o ACNUR quanto para outras agências. Estamos trabalhando com autoridades locais para encontrar uma forma de entregar assistência humanitária nessas áreas inacessíveis e inseguras”, disse Redmond.