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Peça sobre saúde sexual e reprodutiva aproxima refugiados e comunidade local no RJ

Comunicados à imprensa

Peça sobre saúde sexual e reprodutiva aproxima refugiados e comunidade local no RJ

Peça sobre saúde sexual e reprodutiva aproxima refugiados e comunidade local no RJBrasília, 28 de novembro de 2008 – No próximo sábado (29), atores brasileiros e angolanos iniciam a apresentação da peça “Prevenção é a Solução” em escolas públicas do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, como parte do projeto “Maré de Saúde”, implementado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e a organização não-governamental Ação Comunitária do Brasil (ACB).
28 Novembro 2008

Brasília, 28 de novembro de 2008 – No próximo sábado (29), atores brasileiros e angolanos iniciam a apresentação da peça “Prevenção é a Solução” em escolas públicas do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, como parte do projeto “Maré de Saúde”, implementado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e a organização não-governamental Ação Comunitária do Brasil (ACB).

Lançado neste mês, o “Maré de Saúde” envolve angolanos refugiados e migrantes e a comunidade onde vivem, na Vila do João, que fica no Complexo da Maré. O projeto tem como objetivo divulgar informações sobre saúde sexual e reprodutiva, HIV/AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis numa região onde vivem atualmente cerca de 500 refugiados angolanos, além de migrantes do mesmo país.

O projeto “Maré de Saúde” tem o apoio do Programa Nacional de DST/AIDS e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e atua em parceria com os serviços locais de saúde, procurando fortalecer os laços entre a comunidade e os refugiados e migrantes.

A peça “Prevenção é a Solução” é produzida e dirigida pela Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA). Sua estréia aconteceu no último dia 19 de novembro, na Vila do João. Agora, será levada para sete colégios do Complexo da Maré e a primeira apresentação será realizada na Escola Municipal Teotônio Vilela.

Na estréia da peça, um dos atores angolanos, o estudante de jornalismo Domingos Manuel da Silva, de 27 anos,  contou sobre a experiência enquanto se preparava para entrar em cena. “É uma oportunidade fantástica para fazer novos amigos, brasileiros e angolanos. Estamos ainda ajudando outros jovens a entender como aproveitar sua juventude sem riscos”, disse o refugiado, que chegou no país há 10 anos para escapar da guerra civil em seu país.

O representante do ACNUR no Brasil, Javier López-Cifuentes, explica que a iniciativa faz parte de um projeto especial desenvolvido pelo Alto Comissário do ACNUR, António Guterres.  “O projeto ‘Maré de Saúde’ nasceu no âmbito dessa estratégia global, que tem como objetivo preencher brechas em áreas cruciais como saúde reprodutiva e violência sexual e baseada em gênero”, afirma ele.

De acordo com o coordenador da ACB na Vila do João, Glauco Gonçalves, o “Maré de Saúde” já mostra resultados positivos. “Estamos quebrando barreiras sociais e preconceitos sobre temas como saúde sexual e HIV/AIDS ao envolver jovens de diferentes nacionalidades que atuarão como multiplicadores em suas comunidades”, acredita o coordenador. Ele lembra também que o projeto aproximou angolanos e brasileiros. “Os angolanos começam a se sentir parte da comunidade onde vivem, facilitando a adaptação desses refugiados e migrantes no Brasil”, disse.

Para o diretor da peça, Rodrigo Cardozo, há uma boa integração entre os atores brasileiros e angolanos. “Apesar do pouco tempo que tivemos para trabalhar, discutimos temas cotidianos e analisamos diferenças entre as duas culturas, hábitos, comidas, músicas, assim como suas similaridades”, afirmou.

Essa aproximação se refleta nas cenas da peça e na amizade criada entre os jovens atores. “Eu conheci outros angolanos e moramos todos na mesma comunidade, isso foi muito legal. Além disso, estou aprendendo bastante sobre a importância da saúde sexual e reprodutiva e vamos passar essa mensagem adiante”, contou o migrante angolano Marcos Manuel, que  veio para o Brasil há nove meses.

O projeto “Maré de Saúde” inclui também a doação pelo Programa Nacional de DST/Aids de mais de 4 mil preservativos para o centro de saúde local, a distribuição de materiais informativos e a exibição de vídeos educativos sobre o tema na Vila do João e em outras regiões do Complexo da Maré.

Atualmente, o Brasil possui uma população de cerca de 3,8 mil refugiados de mais de 70 diferentes nacionalidades. Os angolanos representam o maior grupo de refugiados no país, somando 1,7 mil pessoas, e a maioria delas mora no Rio de Janeiro e em São Paulo. Os refugiados angolanos chegaram no Brasil entre o fim da década de 1980 e começo de 1990 devido à guerra civil que atingia o país.

Por Valéria Graziano, do Rio de Janeiro