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Melhorar o português é desafio para refugiados

Comunicados à imprensa

Melhorar o português é desafio para refugiados

Melhorar o português é desafio para refugiadosBrasília, 24 de setembro de 2008 – O aperfeiçoamento do português é um desafio constante para os refugiados vindos do campo de Ruweished, pois o domínio do idioma é fundamental para se integrar com os brasileiros e conseguir trabalho. Por isso, o Programa de Reassentamento Solidário garante aulas gratuitas de português para todos os refugiados.
23 Setembro 2008

Brasília, 24 de setembro de 2008 – O aperfeiçoamento do português é um desafio constante para os refugiados vindos do campo de Ruweished, pois o domínio do idioma é fundamental para se integrar com os brasileiros e conseguir trabalho. Por isso, o Programa de Reassentamento Solidário garante aulas gratuitas de português para todos os refugiados.

“Minha principal prioridade é falar melhor o idioma dos brasileiros para conseguir  um bom emprego. Estava quase me formando em engenharia elétrica quando a guerra começou no Iraque. Agora procuro trabalho como projetista, mas para isso preciso falar bem a língua”, explica Ayeda Ama, 26 anos, que vive com as pais e o irmão no interior de São Paulo. Apesar de ter chegado ao Brasil com os refugiados palestinos, sua família é apátrida e por isso vivia no campo de Ruweished.

No seu dia-a-dia, a joven Huda Altamimi aposta na convivência com os vizinhos e nos programas de televisão para aprender o português mais rápido. Seus dois dois filhos (cinco e nove anos) já dominam o idioma, pois frequentam uma escola pública desde ano passado. “Eles aprenderam português muito rápido. Gostam bastante da escola, onde possuem muitos amigos brasileiros. Adoram também o futebol e já escolheram para qual time querem torcer, um gosta do Palmeiras e o outro do Corinthians”, conta a mãe. O marido de Huda, que está escrevendo um livro sobre sua experiência como refugiado, pretende lançá-lo até o final do ano em duas versões. “Sairá em árabe e português”, garante Walid Altamimi.

No Rio Grande do Sul, Marhousa e Diana, 12 e 11 anos, respectivamente, estão orgulhosas com as notas obtidas nas provas de português. “É  a matéria que mais gostamos”, garante Marhousa.
Em São Paulo, a mãe de Walid encara o aprendizado do português com um desafio adicional, já que era analfabeta quando chegou ao Brasil. Com 66 anos, ela revela como faz para superar as dificuldades com a alfabetização em um idioma estrangeiro. “Por causa da minha idade, é difícil decorar palavras e regras do vocabulário. Mas consigo conversar com os vizinhos, principalmente com gestos. Temos muitos amigos. Mudamos de casa e os antigos vizinhos vêm até aqui nos visitar”, conta orgulhosa Ibitssan Altamimi. “Obrigada, de nada, uva, maçã e como vai foram as primeiras palavras que aprendi”, revela ela, que disse estar gostando das aulas de português.

Ibitssan e seu marido, Mohammad Altamimi, nasceram na Palestina, depois viveram alguns anos na Jordânia e no Líbano antes de ir para o Iraque, onde moraram até 2003. “Ficamos felizes pelo convite do Brasil, nenhum outro país tinha nos aceitado. Gosto muito dos brasileiros, são muito bons”, afirma Mohammad. “Nossos vizinhos sempre fazem comidas diferentes e nos convidam para experimentar. Eu adorei a sopa de legumes, e meu marido, a batata doce”, completa Ibitssan.

Por Valéria Graziano e Luiz Fernando Godinho