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Oficinas levam oportunidades de aprendizagem para jovens refugiados e migrantes em Manaus

Comunicados à imprensa

Oficinas levam oportunidades de aprendizagem para jovens refugiados e migrantes em Manaus

27 Julho 2022
Victoria Scarleth, 20 anos, inicia trajetória profissional em uma rede de farmácias em Manaus-AM. Novas portas podem se abrir para adolescentes e jovens venezuelanos apoiados pela Oficina de Criatividades, do CIEE. © ACNUR/Felipe Irnaldo.
Manaus, 27 de julho de 2022 - De um lado, empresas necessitando de mão-de-obra dinâmica para impulsionar suas atividades no mercado. Do outro, adolescentes e jovens refugiados, solicitantes de asilo ou migrantes matriculados na escola, em busca da primeira experiência de aprendizagem no Brasil.

Para promover o encontro entre estas necessidades, a ADRA e a associação Hermanitos, parceiras da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) em Manaus, têm promovido a participação de adolescentes e jovens venezuelanos nas Oficinas de Criatividades do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).

As atividades preparam cerca de 31 adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos, regularmente matriculadas na rede de ensino, em tarefas de reconhecimento e desenvolvimento de habilidades e competências profissionais essenciais, buscando facilitar o acesso a uma primeira oportunidade no mundo do trabalho.

“As Oficinas buscam contribuir para a troca de vivências, experiências e saberes, de uma forma dinâmica e inovadora. A ideia é construir um ambiente de aprendizagem que reconheça habilidades e potenciais, e que prepare tantos brasileiros quanto refugiados e migrantes para a primeira oportunidade no mundo do trabalho”, explicou a Assistente Social do CIEE em Manaus, Ariana Roberta.

Uma das formas de inserção no mercado acontece por meio do Programa Jovem Aprendiz, amparada pela Lei da Aprendizagem, de 19 de dezembro de 2000, regulamentada pelo Decreto Nº 9.579/2018.

Para se tornar aprendiz no Brasil, o adolescente ou jovem, entre 14 e 24 anos, deve estar matriculado e frequentando a escola, caso não tenha concluído o Ensino Médio.

Um exemplo é a venezuelana Victoria Scarleth, que aos 19 anos, se deslocou ao país para apoiar a família em um tratamento de saúde do pai, em 2021.

Ao procurar a associação Hermanitos, ela concorreu a uma das vagas do CIEE e se tornou uma jovem aprendiz em uma das lojas do Grupo Bemol.

Além do aprendizado cotidiano, Victoria conta que a remuneração a ajudou a elevar sua autoestima, e a impulsionou a buscar por mais qualificações para seu futuro profissional.

“Todo dia aprendo algo novo com a equipe, situações de trabalho que complementam aquilo que a gente aprende nos cursos e na escola. E com o apoio dos colegas, a gente vai vendo a importância de estudar e aprender mais e mais, para que outras oportunidades dentro da empresa apareçam”, comenta.

Benefícios para empresas que contratam

A inclusão de pessoas refugiadas como Victoria pode trazer benefícios tanto para os adolescentes e jovens, quanto para as empresas.

A gerente de Recursos Humanos do Grupo Bemol, Isabel Cordeiro, explica que além de fortalecer a diversidade, a contratação de pessoas refugiadas também atrai novos conhecimentos e habilidades para a companhia, o que beneficia toda a equipe.

“Além de trazer maior diversidade ao ambiente de trabalho, os jovens aprendizes motivam seus colegas, demonstram alto comprometimento com suas funções, e no caso das pessoas refugiadas, podem trazer o domínio de outro idioma, como o espanhol, que também agrega valor para a empresa e para a rotina de trabalho”, destaca.

Este potencial de conhecimentos e determinação para aprender e desenvolver habilidades profissionais, é uma característica comum às pessoas refugiadas que buscam oportunidades de trabalho, ressalta Rafael Yoshida Machado, Assistente Sênior de Soluções Duradouras do ACNUR.

“O ACNUR acredita ser importante investir na comunidade jovem refugiada, pois eles são o futuro de toda uma geração de pessoas que foram forçadas a deixar seus países de origem. A oportunidade dada pelo Programa Jovem Aprendiz contribui para realização dos diferentes objetivos dos jovens, seja uma oportunidade digna de trabalho ou novas oportunidades de qualificação no futuro”, ressalta.

Cartilha sobre a contratação de pessoas refugiadas como Jovem Aprendiz

Com o propósito de incluir jovens refugiados no mercado de trabalho brasileiro a partir de vagas de aprendizagem profissional, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) assinaram em um Acordo de Cooperação e  lançaram uma cartilha sobre contratação de jovens refugiados pela modalidade Jovem Aprendiz.

A cartilha traz informações e orientações para empresas que desejam, por meio da aprendizagem profissional com pessoas refugiadas, ampliar seu quadro de diversidade por meio da inclusão de jovens de outras culturas, que trazem bagagens e conhecimentos que agregam no desenvolvimento das empresas.