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Refugiados ucranianos são recebidos calorosamente na Moldávia

Comunicados à imprensa

Refugiados ucranianos são recebidos calorosamente na Moldávia

27 May 2022
Olga com sua filha Daria, de 15 anos, e o filho Sergey, de 7 anos, fotografados em sua acomodação em Chisinau, Moldávia. © ACNUR/Andrew McConnell

Olga e seu marido estavam quase terminando a construção de uma nova casa para eles e seus dois filhos quando as bombas começaram a cair no início de março. A vila onde moravam na região de Odesa, na Ucrânia, ficava perto de duas bases militares, alvo de mísseis, mas sem porão em sua nova casa, eles foram forçados a se proteger de outra forma. 


“Nós nos escondemos no chão dos cômodos da casa. Eu cobri as crianças com cobertores e travesseiros. Foi muito estressante”, explica Olga, professora e contadora de 42 anos. “Não aguentávamos mais, então decidimos ir embora.”

A guerra na Ucrânia continua provocando efeitos devastadores. Mais de 13 milhões de pessoas deixaram tudo para trás. Doe agora mesmo e ajude-as a reconstuírem suas vidas.

Olga, sua irmã, seus filhos e sogros – quatro adultos e quatro crianças no total – se amontoaram em seu pequeno carro com roupas quentes e alguns pertences e se dirigiram para a fronteira com a Moldávia. Com milhares de outras pessoas nas estradas tentando fugir ao mesmo tempo, a viagem de 60 quilômetros levou mais de 24 horas.

Depois de uma noite sem dormir estacionados em um campo durante o toque de recolher noturno, eles finalmente atravessaram a fronteira e seguiram para a capital da Moldávia, Chisinau.

Seu apoio pode garantir que ucranianos forçados a fugir fiquem seguros! Doe agora mesmo.

“Não aguentávamos mais”

“Quando chegamos aqui, não sabíamos o que fazer, nem onde descansar, nem onde comer. Esse foi o momento mais difícil para nós”, lembra Olga. “Estávamos sujos, não tínhamos comido, tínhamos crianças pequenas conosco que choravam durante toda a viagem.”

Mais de 460.000 refugiados da Ucrânia – principalmente mulheres, crianças e idosos – cruzaram a fronteira para a Moldávia desde o início do conflito no final de fevereiro. Enquanto muitos se mudaram para a Romênia e outros países da UE, Olga e seus filhos estão entre os quase 100.000 que optaram por permanecer em Chisinau, capital da Moldávia.

Apesar dos desafios para um pequeno país com cerca de 2,7 milhões de habitantes e recursos limitados, a Moldávia e seu povo abriram suas portas para as pessoas refugiadas. Os ucranianos têm o direito de viver e trabalhar no país e de acessar a serviços como saúde e educação. Cerca de 95% dos que chegam são acolhidos por famílias da Moldávia. A própria Olga vivenciou esse espírito acolhedor pouco depois de chegar à capital.

 

“Pessoas locais vieram e me ajudaram – pessoas que eu não conhecia e que estavam apenas de passagem. Fiquei muito grata”, diz. Um residente de Chisinau ligou e encontrou um abrigo temporário onde eles poderiam finalmente descansar. “Devo ter dormido 24 horas”, acrescenta Olga.

Enquanto sua irmã e seus sogros viajavam para a Polônia para ficar com parentes, Olga queria ficar o mais próximo possível de Odesa. Seu marido, como a maioria dos homens ucranianos de 18 a 60 anos, ficou no país.

Agora, ela e sua filha Daria, de 15 anos, e o filho Sergey, de 7 anos, encontraram acomodação gratuita junto com outros 80 ucranianos em um dormitório universitário na cidade, que é um dos 92 centros de acomodação de refugiados criados pelas autoridades ao redor do país para abrigar refugiados.

Seu pequeno apartamento é limpo e claro, com piso de tacos polidos e algumas das pinturas a óleo de Olga – um passatempo favorito – penduradas nas paredes. No quarto há uma grande cama de casal onde todos dormem e uma pequena mesa onde as crianças participam de aulas online com seus professores e colegas da Ucrânia – a maioria dos quais também fugiu.

Durante uma recente visita à Moldávia, Kelly T Clements, Alta Comissária Adjunta do ACNUR, Agência da ONU para Refugiados, visitou o dormitório para conhecer as famílias que moram lá e expressou gratidão pelo acolhimento que as pessoas refugiadas receberam no país.

“Fiquei realmente impressionada com a generosidade, a solidariedade e o apoio que o povo moldavo forneceu ao povo da Ucrânia”, disse Clements.

Olga e outros moradores descreveram as situações das quais fugiram, bem como suas esperanças para o futuro.

“Todos eles querem voltar assim que possível, assim que for seguro. Eles deixaram maridos, irmãos, tios e filhos, e não querem nada mais do que poder voltar para casa em uma Ucrânia pacífica”, disse Clements.

O ACNUR encaminhou quase 100 funcionários para a Moldávia desde o início da crise para ajudar os refugiados e apoiar o trabalho das autoridades. Juntamente com os seus parceiros, a agência está presente na fronteira e em vários pontos do país, fornecendo assistência material, informação e serviços, incluindo apoio jurídico e psicológico, transporte para países da UE, serviços de proteção infantil e medidas para combater a violência de gênero e os riscos do tráfico.

Um elemento-chave na resposta da agência é seu programa de assistência em dinheiro, por meio do qual os refugiados recebem cerca de 2.200 Leus Moldavos (US$ 120) por mês após se inscrever em um dos oito centros de registro ou com equipes móveis de inscrição que viajam para áreas remotas. Mais de 50.000 refugiados na Moldávia já receberam dinheiro em cartões bancários, sendo que atualmente outros milhares estão sendo inscritos para receber pagamentos.

“É mais conveniente ter essa assistência em dinheiro, porque posso gastar o dinheiro com o que realmente preciso”, explicou Olga. “Quando chegamos aqui, ainda estávamos com roupas de inverno porque há um mês ainda estava frio. Agora queremos colocar roupas de verão porque já está muito quente durante o dia.”

Olga espera encontrar um trabalho de meio período – talvez como professora particular – para ajudar a sustentar sua família e economizar algum dinheiro para quando puderem retornar à Ucrânia – algo que ela anseia, sem saber quando será possível.

“A primavera já passou enquanto estivemos aqui. Quero voltar o mais rápido possível, porque há muitas coisas para fazer por lá. Precisamos trabalhar e estudar”, diz. “Mas, por enquanto, me sinto mais confortável aqui com meus filhos.”