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Cresce o número de refugiados sírios de Kobane procurando segurança no norte do Iraque

Comunicados à imprensa

Cresce o número de refugiados sírios de Kobane procurando segurança no norte do Iraque

Cresce o número de refugiados sírios de Kobane procurando segurança no norte do IraqueEm busca de abrigo e proteção, mais de 170 mil pessoas já deixaram a cidade sitiada de Kobane, na Síria, chegando a outras partes do país ou mesmo na região do Curdistão do Iraque.
13 Outubro 2014

GENEBRA, 13 de outubro de 2014 (ACNUR) – Em busca de abrigo e proteção, mais de 170 mil já deixaram a cidade sitiada de Kobane, na Síria, chegando a outras partes do país ou mesmo na região do Curdistão do Iraque.

"Estamos vendo um número crescente de curdos sírios de Kobane em um movimento de fuga constante", disse o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards, em Genebra. "Na região do Curdistão do Iraque, mais de 1.600 pessoas procuraram refúgio no remoto campo de refugiados de Gawilan, a cerca de 145 quilômetros de Dohuk. Entre 150 a 200 sírios têm chegado todos os dias na última semana, e a tendência deverá se manter nos próximos dias ", observou.

Edwards disse que a maioria dos entrevistados pelo ACNUR disse ter ficado entre 10 e 154 dias na Turquia antes de seguir viagem para o Iraque. "A situação está difícil. Pessoas se instalaram em mesquitas lotadas ou, em alguns casos, nas ruas, sem comida ou dinheiro. Muitos dos refugiados foram obrigados a deixar os carros ou gado na fronteira quando entraram na Turquia, e lá decidiram se deslocar para o norte do Iraque, onde se encontram com parentes ou amigos", disse ele.

Refugiados no campo de Gawilan contaram ao ACNUR sobre os perigos que enfrentaram no início de sua viagem da Síria para a Turquia, em busca de segurança na Turquia. Há vários relatos de pessoas sendo mortas ou feridas por minas terrestres durante a tentativa de escapar dos ataques do Estado Islâmico (ISIS, da sigla em inglês) em Kobane. Para entrar na região do Curdistão iraquiano, as pessoas atravessaram pequenos rios. Outros pagam contrabandistas para passar pela fronteira informal de Silopi, perto Zakho.

Os refugiados também relataram execuções e outras atrocidades cometidas pelos combatentes do ISIS nas últimas semanas. Um homem disse que tinha fugido de sua aldeia porque os prisioneiros estavam sendo decapitados. Outro contou que foi mantido como prisioneiro após ter sido condenado à morte em um tribunal improvisado dentro de uma escola em Manbij [66 km a sudoeste de Kobane].

Ele disse ao ACNUR que cerca de 400 prisioneiros foram mantidos em escolas - 100 pessoas por sala de aula. Eles foram espancados com cintos de couro cinco vezes ao dia. Ele viu sete homens condenados serem degolados, e sua execução estava marcada ara o dia 28 de setembro. Mas conseguiu fugir quando a escola onde estava preso foi atingida por bombas. Este homem ainda teme pela segurança de sua esposa e filhos, cujo paradeiro continua desconhecido.

Os sírios que chegam ao norte do Iraque estão sendo trazidos pelas forças de segurança curdas ao campo de Gawilan, que foi criado há um ano para abrigar deslocamento do conflito sírio, principalmente vindos de Aleppo e Qamishli. O acampamento é mantido pelo governo regional do Curdistão e estava acolhendo cerca de 2.500 pessoas antes do mais recente influxo.

Edwards disse que os recém-chegados recebem itens de abrigo, alimentos e socorro. Uma vez cadastrado, alguns estão partindo para reencontrar com parentes em Erbil ou para procurar trabalho. Aqueles que não têm laços familiares estão se hospedando no campo.

"A grande maioria dos recém-chegados é formada por mulheres e crianças, pois muitos homens ficaram para trás para proteger as casas e defender sua terra", disse Edwards. "O ACNUR está aumentando os seus programas de ajuda às mulheres e oferece mais aconselhamento psicossocial, que atualmente está disponível apenas uma vez por semana", acrescentou.

Algumas das pessoas da área de Kobane foram cruzando de volta da Turquia para o nordeste da Síria, perto de Qamishli. Outros 1.750 pessoas ficam agora com parentes e amigos em várias cidades da região, na província de Al Hassekah.

"O ACNUR trabalha com equipes voluntárias de comunicação para identificar deslocados recém-chegados e fornecer ajuda. Cerca de 40 a 50 pessoas buscaram abrigo no campo de Newroz, que foi originalmente criado para ajudar os sírios afetados por ondas anteriores de deslocamento e hospeda agora também 3.800 iraquianos yazidis que fugiram de Sinjar em agosto”, observou o porta-voz do ACNUR.

Na Turquia, os funcionários do governo dizem que mais de 172 mil sírios fugindo de Kobane e arredores entraram no país durante as últimas semanas. Enquanto a grande maioria deles fugiu nos primeiros dias da jornada, um fluxo constante (até 570 chegadas por dia) atravessa a fronteira na região de Yumurtalik.

Muitos dos refugiados estão ficando em comunidades locais e as agências governamentais e humanitárias trabalham com líderes de aldeias para distribuir ajuda aos refugiados e famílias anfitriãs. Outros refugiados estão hospedados em vários abrigos coletivos gerenciados por autoridades turcas, como escolas, mercados, centros esportivos, salões de festas, mesquitas e outros abrigos.