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No Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, Chefe da ONU para Refugiados fala sobre luta antirracista

Comunicados à imprensa

No Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, Chefe da ONU para Refugiados fala sobre luta antirracista

21 Março 2022
©UNHCR

No ano passado, no Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, eu apelei para a introspecção como um meio de reexaminar o preconceito, o privilégio e a forma como vemos o mundo. No ano passado, aprofundei meu compromisso pessoal de construir uma força de trabalho mais diversificada e inclusiva como um dos muitos passos para garantir que a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) se torne uma organização antirracista.

Coletivamente, nós, do ACNUR, estamos trabalhando em desmantelar as barreiras às oportunidades tanto em nossa força de trabalho quanto para as pessoas refugiadas, deslocadas e apátridas. Reconhecemos que este ainda é um trabalho em andamento. Todos os dias, eu e meus colegas do ACNUR somos confrontados com novos desafios - e oportunidades - para colocar nossos compromissos em prática: em nossas casas, no trabalho, em nossos países e no mundo em geral.

Nós devemos continuar enfrentando o desconforto de reconhecer que, enquanto nossa organização existe para salvaguardar os direitos humanos das pessoas forçadas a se deslocar, alguns entre nós experimentaram a exclusão e a desigualdade. Devemos tentar reconciliar esta contradição interna, pois também testemunhamos um desequilíbrio paralelo no mundo.

A guerra na Ucrânia e a crise humanitária devastadora que ela provocou também apresenta desafios e oportunidades para um compromisso e empenho contínuos na luta contra o racismo e a discriminação.

Ao longo das últimas quatro semanas, o mundo assistiu com descrença inúmeras vidas perdidas enquanto milhões de outras foram completamente destruídas. Mais de 3 milhões de pessoas foram forçadas a fugir de sua terra natal, tornando-se pessoas refugiadas, enquanto cerca de seis milhões estão deslocadas internamente.

Como se para lutar contra o desespero, também assistimos a atos extraordinários de acolhida e compaixão, em que os países vizinhos, particularmente equipes de emergência locais, abriram seus corações e suas casas aos ucranianos. Uma onda global de apoio nos lembrou da humanidade que compartilhamos e do poder da solidariedade.

E, enquanto eu e meus colegas do ACNUR vemos todos os dias como as comunidades de acolhida e famílias ao redor do mundo exercem essa solidariedade, precisamos assegurar que a partilha de responsabilidade global seja fortalecida para todas as pessoas refugiadas, não importa de onde elas venham.

Enquanto milhões de pessoas em todo o mundo foram comovidas com razão pela situação extrema do povo ucraniano, as mesmas dificuldades - a mesma dor e tristeza; a mesma perda e angústia; o mesmo alívio em encontrar segurança e apreensão de um futuro incerto - são experimentadas pelas pessoas refugiadas em todo o mundo. Elas também merecem nossa compaixão, nossa empatia e nosso apoio.

E embora eu me sinta sensibilizado com o apoio que testemunhamos dos países e comunidades anfitriãs, também testemunhamos a feia realidade de que algumas pessoas negras e pardas que fogem da Ucrânia - e outras guerras e conflitos ao redor do mundo - não receberam o mesmo tratamento que os refugiados ucranianos. Eles relataram incidentes perturbadores de discriminação, violência e racismo. Estes atos de discriminação são inaceitáveis e estamos usando nossos muitos canais e recursos para garantir que todas as pessoas sejam protegidas igualmente.

Podemos - e devemos - saudar a solidariedade, ao mesmo tempo em que condenamos firmemente os atos de discriminação e preconceito.

Podemos rejeitar ações que ameacem nossos valores fundamentais ou privem outros de seus direitos humanos fundamentais, enquanto continuamos a reconhecer e aprender com nossos próprios preconceitos.

Antirracismo significa identificar e opor-se ativamente ao racismo e à discriminação racial. Hoje - e todos os dias - convido todos nós a levantar nossa voz contra políticas, práticas e comportamentos excludentes.

Todos nós podemos avançar em nossas jornadas individuais e coletivas em direção ao antirracismo.

Não conseguiremos sempre acertar, mas continuaremos empenhados em fazer melhor, em permanecer humildes e abertos.

Espero que vocês se juntem a nós, pois este importante trabalho exige de todos nós.