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ACNUR afirma ser preciso tomar medidas urgentes para conter o impacto climático sobre pessoas forçadas a se deslocar

Comunicados à imprensa

ACNUR afirma ser preciso tomar medidas urgentes para conter o impacto climático sobre pessoas forçadas a se deslocar

11 Novembro 2021
Crianças refugiadas Rohingya brincam após fortes chuvas em um acampamento em Bangladesh. As chuvas de monções e os ventos fortes causaram enchentes e deslizamentos de terra nos acampamentos em Cox's Bazar, em julho passado. © ACNUR / Amos Halder

Há atualmente uma evidente ligação entre as emergências relacionadas ao clima e o deslocamento forçado de pessoas, assegurou a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). A agência humanitária requere aos líderes globais que tornem palavras em ações concretas, apoiando as pessoas que foram forçadas a deixar seus locais de origem e as comunidades de acolhida para evitar e mitigar perdas e danos nas regiões mais vulneráveis.

À medida que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 26) entra em sua semana final e se concentra na adaptação, o ACNUR pediu mais assistência aos países e comunidades mais afetados pela emergência climática, porém mais negligenciados em termos de apoio. O foco precisa ser canalizado para projetos de adaptação baseados na comunidade para ajudar os milhões que lutam com os efeitos catastróficos da mudança climática, muitos dos quais foram forçados a se deslocar, frequentemente por várias vezes.

“A maioria das pessoas que provemos ajuda humanitária vem de países na linha de frente da emergência climática ou estão acolhidos em lugares igualmente afetados”, disse o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Filippo Grandi. “Elas enfrentam desastres relacionados ao clima, como enchentes, secas e desertificação. Isso destrói meios de subsistência, alimenta conflitos e força as pessoas a deixarem seus locais. Precisamos urgentemente de um novo pensamento, inovação, financiamento dos países mais ricos e vontade política para conter a situação –ao invés de medidas isoladas”.

Em Glasgow, na Escócia, o Conselheiro Especial do ACNUR para Ação Climática, Andrew Harper, está destacando o impacto da mudança climática sobre as pessoas deslocadas. 90% dos refugiados sob o mandato do ACNUR e 70% dos deslocados internos são de países vulneráveis, ​menos propensos a se adaptar. Outros milhões são forçados a deixar suas casas todos os anos em função de desastres. Harper destaca como a mudança climática já está ampliando as vulnerabilidades em muitas regiões que acolhem pessoas deslocadas. No Afeganistão, o aumento das temperaturas e as secas exacerbaram os efeitos de 40 anos de guerra, agravando a escassez de alimentos em um país com mais de 3,5 milhões de pessoas deslocadas internamente. Em Moçambique, a insurgência forçou 730 mil a fugir enquanto o país sofria os efeitos de ciclones.

No Sahel, as temperaturas estão subindo 1,5 vezes mais rápido do que no resto do mundo, e os impactos relacionados ao clima estão aumentando a competição por recursos em áreas onde grupos armados já exploram governança fraca, pobreza e tensões étnicas. Apoiando a Estratégia Integrada da ONU para o Sahel, o ACNUR reuniu especialistas em análise preditiva em um projeto interagencial para antecipar como serão os impactos das mudanças climáticas e para apoiar os esforços de ações e desse respostas humanitárias, de desenvolvimento e de construção da paz.

O ACNUR trabalha em 130 países oferecendo proteção e assistência humanitária, apoiando pessoas deslocadas de forma forçada e comunidades de acolhida a se adaptarem e criarem soluções em um clima cada vez mais inóspito. “Operamos em muitas áreas que já estão passando pelo impacto devastador do aumento de 1,5ºCde temperatura”, disse Harper. “Não podemos esperar por mais COPs e mais compromissos não cumpridos. Pessoas forçadas a se deslocar e comunidades de acolhida precisam de ajuda agora - para construir resiliência, para resistir ao aumento iminente de eventos climáticos extremos.”

Grandi acrescentou: “O deslocamento forçado está entre as consequências humanas mais devastadoras da mudança climática e mostra as profundas desigualdades em nosso mundo. A parceria com aqueles que já estão sofrendo os efeitos das mudanças no clima, especialmente aqueles que foram desalojados de suas casas, é fundamental para soluções bem-sucedidas. Mas eles precisam de apoio internacional e precisam agora".