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Oito atletas refugiados estreiam neste final de semana nas Olimpíadas Tóquio 2020

Comunicados à imprensa

Oito atletas refugiados estreiam neste final de semana nas Olimpíadas Tóquio 2020

23 Julho 2021
A Equipe Olímpica de Refugiados foi a segunda delegação a entrar na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. © COI/Greg Martin
São Paulo, 23 de julho de 2021 - A Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 foi realizada nesta manhã, abrindo oficialmente os Jogos Olímpicos com mensagens pela igualdade de gênero e paz entre as nações. A segunda delegação a se apresentar foi a da Equipe Olímpica de Refugiados, composta por 29 atletas de 11 países, fruto das ações do Comitê Olímpico Internacional (COI) em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).

Após carregar a bandeira Olímpica em nome da delegação, ao lado do maratonista Tachlowini Gabriyesos, a nadadora síria Yura Mardini fará amanhã (dia 24, às 7h00) sua segunda participação em Jogos Olímpicos, assim como haverá a estreia de outros quatro atletas: o sírio Ahmad Baddredin Wais no ciclismo (à 1h), o afegão Abdullah Sediqi (taekwondo, às 22h), a iraniana Kimia Alizadeh, bronze nos Jogos Rio 2016 (taekwondo, às 22h) e o venezuelano Eldric Sella (boxe, às 23h).

Já no domingo (25), outros três atletas refugiados dão início às suas participações nos Jogos. Os judocas sírios Sanda Aldass e Ahmad Alikaj (às 23h) e a jovem ciclista afegã Masomah Ali Zada (à 1h) competem pela primeira vez em uma Olimpíada, representando toda a determinação e resiliência de pessoas que foram forçadas a abandonar seus respectivos países por motivos de perseguição, guerras e violação dos direitos humanos.

Confira abaixo o perfil dos atletas refugiados que estarão nas pistas, tatame, ringue e piscina.

Yusra Mardini não é um nome estranho nos Jogos Olímpicos. Em 2016, ela foi membro da primeira Equipe Olímpica de Refugiados nos Jogos do Rio de Janeiro. No ano seguinte, aos 19 anos, a atleta síria foi escolhida como a mais jovem Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR. A história de Yusra, que atualmente vive na Alemanha, é repleta de desafios e o esporte sempre esteve ao seu lado como uma forma de superação e apoio. Quando decidiu deixar a Síria em 2015, foi também o esporte que a salvou, junto à sua irmã e outras 18 pessoas que estavam em um barco em direção à costa turca, fugindo da violência na Síria.

Em Tóquio 2020, Kimia Alizadeh vai atrás, mais uma vez, de uma medalha. Isso porque nos Jogos Olímpicos Rio 2016, ela se tornou a primeira mulher iraniana a ganhar uma medalha nas Olimpíadas por seu país. Cinco anos depois, a atleta volta a competir nos jogos, mas em uma delegação diferente. Kimia atualmente vive como refugiada e tem treinado para repetir o feito de levar mais uma medalha olímpica para casa, dessa vez na Alemanha.

O venezuelano Eldric Samuel Sella Rodriguez começou a treinar boxe aos 10 anos e, neste ano, tem a chance de conquistar a tão sonhada medalha olímpica em Tóquio. Em 2014, o atleta e a namorada deixaram a Venezuela com o agravamento da crise e a escalada da violência. Mas, não foram as dificuldades causadas por essa situação que impediram Eldric de continuar o sonho que começou no popular bairro 23 de Enero. Atualmente, ele mora em Trinidad e Tobago, onde treina com a ajuda do pai.

O talento do ciclista sírio Ahmad Baddredin Wais apareceu logo cedo, aos 14 anos de idade. Seguindo os passos no esporte de um dos irmãos mais velhos, Ahmad tornou-se uma estrela nacional e regional da modalidade entre 2008 e 2014. Ele foi o ciclista júnior de maior sucesso na Síria, ao vencer o Campeonato Árabe e o Campeonato Sírio. Ele também foi o primeiro jovem atleta a participar do Campeonato Mundial pela Síria. Com a eclosão da guerra, chegou à Suíça após uma longa jornada, onde foi recebido por um amigo e sua família em Lausanne. Agora, em Tóquio, ele espera mostrar ao mundo mais uma vez todo seu talento.

O taekwondo tem um papel importante na vida de Abdullah Sediqi desde seus oito anos de idade. Além de ter sido (e ainda ser) um canal para canalizar suas emoções, o esporte foi também o que fez com que Abdulla deixasse o Afeganistão, após ser perseguido por suas habilidades. Quando ele decidiu partir, chegou a andar 12 horas seguidas para escapar das ameaças. Atualmente, o atleta vive na Bélgica, onde dedica todo seu tempo e esforço ao esporte. Em 2019, a dedicação acabou lhe rendendo uma medalha de prata durante o torneio Spanish Open. Abdullah é um dos atletas com as maiores pontuação na Equipe Olímpica de Refugiados e sabe que conseguir uma medalha não é um sonho distante. Ele segue nessa direção inspirando-se no primeiro medalhista olímpico afegão de taekwondo, Rohullah Nikpai, que conquistou medalhas em Pequim e em Londres.

Mesmo com a resistência por parte da sociedade afegã em relação a ciclistas mulheres, o grupo de ciclismo para meninas fundado por Masomah Ali Zada e sua irmã foi tema do documentário francês “Les Petites Reines de Kaboul”, lançado em 2016. No mesmo ano, a atleta passou a integrar a seleção nacional de ciclismo. Incentivada pelo pai, a ciclista sempre nutriu uma forte paixão pelo esporte, mas, em 2017, ela e a família deixaram o Afeganistão em direção à França, em busca de segurança, após sofrerem ameaças. Além de seguir o sonho de levar para casa uma medalha olímpica, Masomah quer levar ao mundo a mensagem de que mulheres e mulheres muçulmanas são livres para fazerem o que quiserem.

A judoca e mãe de três filhos, Sanda Aldass, não sabe o que teria feito sem o esporte em sua vida. Quando deixou a Síria em direção à Holanda em 2015, a atleta passou nove meses em um campo de refugiados e seis meses longe da família. Em 2019, Sanda foi convidada pela Federação Internacional de Judô a integrar o programa de atletas refugiados da organização. Chegar a Tóquio é um sonho da atleta, mas de toda a família também, que vibra pela participação de Sanda nos Jogos.

Ahmad Alikaj nasceu e cresceu na Síria. Quando o conflito, que perdura até hoje, começou, ele e milhões de outras pessoas deixaram o país em busca de segurança. O judoca de 29 anos atualmente vive na Alemanha, onde treina e onde teve a oportunidade de participar de diversos campeonatos. Em 2019, o judoca passou a integrar a Equipe de Refugiados da Federação Internacional de Judô.

Veja a seguir os horários em que os atletas competirão no sábado (24/07):

Natação | Yusra Mardini

24/07, das 7h às 9h 30 e das 22h30 às 0h20 (horário de Brasília)

Taekwondo | Kimia Alizadeh

24/07, das 22h às 5h (horário de Brasília)

Ciclismo | Ahmad Baddredin Wais

24/07, das 1h às 5h35 (horário de Brasília)

Taekwondo | Abdullah Sediqi

24/07, das 22h às 5h (horário de Brasília)

Boxe | Eldric Samuel Sella Rodriguez

24/07, das 23h às 2h45 (horário de Brasília)

Veja a seguir os horários em que os atletas competirão no domingo (25/07):

Ciclismo | Masomah Ali Zada

25/07, da 1h às 5h35 (horário de Brasília)

Judo | Sanda Aldass

25/07, das 23h às 2h30 (horário de Brasília)

Judô | Ahmad Alikaj

25/07, das 23h às 2h30 (horário de Brasília)