Conheça 3 empreendimentos de refugiados no ramo da beleza
Conheça 3 empreendimentos de refugiados no ramo da beleza
Apesar de não se conhecerem e terem origens diferentes, Odris (Venezuela), Benediction (República Democrática do Congo) e Anas (Síria) possuem muitas coisas em comum. Refugiados, todos deixaram seus países em busca de segurança e estabilidade no Brasil e encontraram, na área da beleza, uma oportunidade de prosperar no país.
Seja alimentando uma antiga paixão, colocando energia para criar um novo negócio ou se redescobrindo em uma nova área, o mundo da beleza e da cosmectologia mostrou-se uma oportunidade para os três permanecerem no país, mesmo com os desafios. Afinal, assim como outros setores do mercado, a pandemia da Covid-19 limitou a atuação da área de estética e exigiu adaptações de cada negócio.
Hoje, os três se ajustaram para manter seus negócios e sonham com um período pós-pandêmico para botar em prática novos planos e desejos.
Odris Carolina, natural da Venezuela, manicure em Manaus
Odris Carolina tinha uma carreira estável na Venezuela como engenheira industrial. Porém, para cuidar de um problema de saúde, ela e o marido decidiram vir ao Brasil. Quando chegaram aqui, os dois planejavam viver em Curitiba, mas a desvalorização progressiva dos bolívares (moeda venezuelana) que trouxeram fez com que eles escolhessem Manaus como casa e Odris entrou no ramo da estética e beleza por acaso.
Ela foi junto com uma amiga fazer a inscrição para um curso de manicure e a professora, também venezuelana, a convidou para acompanhar as aulas. “Acabei gostando até mais do que as outras meninas que se inscreveram, especialmente depois das aulas práticas”, explicam Odris, que treinava fazendo as unhas do marido. Ainda durante o curso, ela conseguiu emprego em um salão de beleza.
Leia a história completa de Odris
Benediction, natural da República Democrática do Congo, estilista e maquiadora em Belo Horizonte
Natural da República Democrática do Congo, Benediction conta que sua maior dificuldade ao chegar no Brasil, há cinco anos, foi o idioma português. Em seu país natal, ela havia estudado corte e costura e no Brasil, se especializou em maquiagem, com foco na pele negra.
Versátil, ela começou a produzir roupas africanas para vender e também passou a oferecer serviços profissionais de maquiagem, atendendo noivas, debutantes e outros tipos de festa. Além disso, Benediction dá aulas de inglês e de francês no pouco tempo que tem livre.
No âmbito da moda, Benediction produz roupas sob medida usando tecidos importados, que vem direto do seu país de origem. Já na área da beleza, ela dá atenção especial para as clientes de pele negra, um nicho pouco explorado por profissionais de beleza brasileiros, segundo ela. “Esse tipo de serviço é difícil de encontrar no Brasil”, conta a artista, que busca a maioria dos produtos que utiliza no exterior. “As bases e os corretivos do mercado nacional nem sempre são adequados para esse tipo de pele”, explica.
Leia a história completa de Benediction
Anas, natural da Síria, perfumista em São Paulo
Há cinco anos o jornalista sírio Anas chegou ao Brasil em consequência da guerra em seu país de origem. Em São Paulo, Anas seguiu sua vocação natural de empreendedor. Abriu uma loja na Mooca, onde vendia, entre outros objetos de origem árabe, fragrâncias que ele mesmo prepara.
“O cliente pode comprar os perfumes tradicionais, que já estão disponíveis e foram preparados por mim, ou posso fazer uma fragrância customizada, de acordo com o perfil da pessoa, feito com base no gosto e aspirações do cliente”, afirma o jovem empreendedor.
Leia a história completa de Anas
Dar visibilidade aos negócios liderados por empresários refugiados no Brasil é o objetivo da plataforma Refugiados Empreendedores, desenvolvida pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU e o ACNUR (Agência da ONU para Refugiados).
Acesse a plataforma e conheça a história de outros refugiados empreendedores.