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5 maneiras que os refugiados encontraram para combater a COVID-19 em 2020

Comunicados à imprensa

5 maneiras que os refugiados encontraram para combater a COVID-19 em 2020

19 Janeiro 2021
O médico venezuelano Samuel Suárez está participando da resposta de saúde pública ao coronavírus em San Francisco, uma vila remota no Equador. © ACNUR/Jaime Giménez Sánchez de la Blanca
Para a maioria das pessoas, o fim de 2020 foi muito aguardado. A pandemia COVID-19 matou quase 1,8 milhão de pessoas e causou muitas dificuldades. À medida em que o ano terminou e as vacinações começaram, muitos têm esperança de que o vírus possa ser contido. Porém, os efeitos socioeconômicos da pandemia podem ser sentidos por anos - especialmente nos países menos desenvolvidos do mundo, onde vive a maioria das pessoas deslocadas à força.

No ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, temos esperança. Pessoas deslocadas à força em todo o mundo, muitas das quais sofreram perdas impensáveis, mostraram-nos o que significa ser resiliente e o que é necessário para superar uma crise.

Aqui estão cinco maneiras pelas quais eles nos inspiraram em um ano como nenhum outro:

1. A resposta da linha de frente

No início de março, antes mesmo de a COVID-19 ser declarada uma pandemia, o médico venezuelano Samuel Suárez já compartilhava dicas salva-vidas a equatorianos em situação de risco e moradores de áreas rurais. Hoje, ele segue atuando no combate ao vírus. No Irã, a médica refugiada afegã Fezzeh Hosseini trabalhou incansavelmente para ajudar os pacientes locais e afegãos afetados pelo coronavírus, fornecendo informações e dicas para se manterem seguros. Em Bangladesh, trabalhadores comunitários de saúde treinados - todos eles refugiados rohingya - atuaram no maior campo de refugiados do mundo para encaminhar pacientes suspeitos de COVID-19 para clínicas de saúde.

Dra. Feezeh Hosseini em seu consultório no centro de saúde Razi, onde é médica-chefe © ACNUR/Mohammad Hossein

2. Fabricação de sabonetes, máscaras e equipamentos médicos

Innocent Havyarimana, um empresário de Burundi, segura uma garrafa de desinfetante para as mãos recém-feito, que vende para outros refugiados, trabalhadores humanitários e quenianos no campo de Kakuma, no Quênia. © ACNUR/Samuel Otieno

Em um campo de refugiados no Quênia, o empresário e refugiado do Burundi Innocent Havyarimana fez sabão a preços acessíveis. No país vizinho Somália, a refugiada Fardowsa Ibrahim de 24 anos se inscreveu em um curso de alfaiataria, mas nunca imaginou que, seis meses depois, estaria fazendo máscaras para ajudar a proteger as pessoas contra a proliferação do virus. No México, refugiados se juntaram aos trabalhadores de uma empresa que fabricava máquinas de lavar especializadas, ajudando na higienização diária (tão essencial para o combate da pandemia) e deixando seguro os profissionais da linha de frente da América Latina.

3. Melhorar a saúde mental e o bem-estar

Rita Brown, uma refugiada de Uganda e instrutora de yoga, faz uma pose de yoga em seu complexo no campo de Kakuma, no Quênia. © ACNUR/Samuel Otieno

Em meio ao aumento das dificuldades econômicas e longos lockdowns, os problemas de saúde mental pioraram. Como resposta, os refugiados buscaram cada vez mais trabalhar seu bem-estar físico e mental. No Peru, terapeutas venezuelanos ofereceram aos refugiados "primeiros socorros psicológicos" por meio de sessões remotas para ajudá-los a lidar com a pandemia do coronavírus. No Iraque, trabalhadores comunitários refugiados treinados levaram serviços de saúde mental para campos fechados. E no Quênia, a refugiada e instrutora de yoga de Uganda Rita Brown fez suas aulas online para promover a autoaceitação e o bem-estar mental entre os refugiados, tanto no Quênia quanto em outros lugares.

4. Mantendo suas comunidades seguras

Shadi Shhadeh faz compras em um supermercado em Genebra, na Suíça. Com outros refugiados sírios voluntários, ele entrega alimentos e suprimentos para pessoas vulneráveis que estão se protegendo do coronavírus. © ACNUR/Elisabet Diaz Sanmartin

Com idosos e doentes isolados, Shadi Shhadeh e outros membros da comunidade de refugiados sírios na Suíça forneceram uma ponte vital para o mundo exterior para as pessoas vulneráveis e mais necessitadas. Shadi mobilizou uma rede de voluntários para fazer compras e tarefas para os idosos, enfermos e outras pessoas em risco. A iniciativa para garantir que ninguém fosse deixado para trás foi refletida em atividades de voluntariado e de extensão da comunidade por refugiados em todo o mundo.

5. Diversão e educação durante o confinamento

Livro gratuito de receitas de refugiados que vivem no Brasil. Disponível em: www.pratodomundo.com © ACNUR

Enquanto os lockdowns forçavam todos a procurar algo para fazer, os refugiados forneciam entretenimento e inspiração. Na Índia, refugiados uniram vozes em uma canção de esperança e bondade. Orientados pelo vencedor do Grammy Ricky Kej, os 24 músicos refugiados se reuniram para "Shine Your Light" - uma música, apresentada em quatro idiomas diferentes (inglês, dari, farsi e pashto) que convidou os ouvintes a celebrar nossa humanidade compartilhada. À medida que o ano se aproximava do fim, refugiados de todo o mundo que agora chamam o Canadá de casa, compartilharam suas histórias e receitas favoritas em ‘Tastes from Home: Recipes from the Refugee Community’ - um livro de receitas eletrônico gratuito. Refugiados no Brasil também contaram suas receitas do coração no ebook "Prato do Mundo" gratuito e disponível aqui.

Sua força, criatividade e dedicação nos dão esperança para 2021.