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10 crises humanitárias que precisam do seu apoio

Comunicados à imprensa

10 crises humanitárias que precisam do seu apoio

28 Dezembro 2020
Barco cheio de refugiados e migrantes de diversos países da África espera para ser resgatado pelo navio Sea Watch © ACNUR/Hereward Holland

Todos os dias milhares de pessoas são forçadas a deixar suas casas por causa de guerras, perseguições e violações de direitos humanos. Em busca de segurança, refugiados percorrem jornadas perigosas. Mulheres e crianças desacompanhadas estão ainda mais vulneráveis. Partindo apenas com o que conseguem carregar consigo, muitos vão passar a vida inteira longe de casa, e, às vezes, longe de suas famílias.


Atualmente, cerca de 80 milhões de pessoas estão deslocadas. Isso representa 1% da população mundial. Desse total, quase metade é composta por crianças, um número tão grande quanto a soma das populações da Dinamarca, Mongólia e Austrália.

A crise de COVID-19 exacerbou as já terríveis necessidades humanitárias em todo o mundo, particularmente em países de baixa e média renda, que atualmente acolhem mais de 85% dos refugiados do mundo. Agora, países que já enfrentavam outras crises precisam também alocar recursos e esforços no combate ao coronavírus, e muitos o fazem contando com um sistema de saúde já debilitado.

A ajuda huminatária é essencial para garantir a sobrevivência de milhões de pessoas. No entanto, muitos lugares que não recebem financiamento suficiente para que operações de apoio continuem. Conheça alguns deles:

 

Sudão do Sul

Menores desacompanhadas do Sudão do Sul, Nyamach Lul, de 16 anos (à esquerda) e Nyakoang (à direita), de 13 anos, estão sentadas do lado de fora de sua casa no campo de refugiados Jewi na Etiópia © ACNUR/Eduardo Soteras Jalil

As irmãs Nyamach e Nyakoang Lul estão entre as mais de 42.000 crianças refugiadas do Sudão do Sul que vivem na Etiópia e que estão desacompanhadas ou separadas de seus pais. A falta de financiamento impacta diretamente a capacidade do ACNUR de responder ao grande número de recém-chegados e de fortalecer os serviços de apoio a crianças como as irmãs Lul.

“Cuidamos uma da outra. Não sabemos o que o futuro reserva para nós”

A população de refugiados do Sudão do Sul é a maior da região e uma das mais vulneráveis. Cerca de 2,3 milhões de refugiados vivem em condições extremamente precárias, agravadas pela pandemia COVID-19.

 

República Democrática do Congo

Emmanuelle, de 56 anos e mãe de oito filhos da República Democrática do Congo (RDC), senta-se do lado de fora de um abrigo improvisado onde dormiu por mais de um mês após fugir da violência mortal e ser separada de sua família © ACNUR/Rocco Nuri

Emmanuelle está entre as cerca de 45.000 pessoas que fugiram de ataques no leste da República Democrática do Congo (RDC) em maio de 2020. Ela fazia parte de um grupo que ficou preso em uma área remota e inacessível, já que as fronteiras entre a RDC e Uganda estavam fechadas devido ao surto de COVID-19.

“Eu vi pessoas sendo mortas - seus pertences e casas queimados até as cinzas. Nada foi deixado intocado”

Embora uma transição pacífica de poder tenha sucedido às eleições presidenciais em dezembro de 2018, a situação de segurança e humanitária na República Democrática do Congo (RDC) continuou a se deteriorar, principalmente no leste, palco de uma das mais complexas e longas crises humanitárias permanentes na África. Só em 2019, 1,67 milhão de pessoas foram forçadas a se deslocar na área.

 

Somália

Filsan, refugiada somali de cinco anos, em sua casa em Dadaab, no Quênia, com sua irmã de três anos, Sundus © ACNUR/Vania Turner

Filsan, refugiada somali de cinco anos, sonha em ser médica e, para isso, ela é uma das alunas mais dedicadas do campo de refugiados de Ifo, onde nasceu.

"Quando eu crescer, quero ser médica"

A situação na Somália é uma das crises de deslocamento mais antigas do mundo. O país tem enfrentado uma série de desafios em 2020, todos agravados por um conflito armado em curso. Muitas pessoas continuam precisando de assistência humanitária urgente e mais de 778.000 refugiados somalis em países anfitriões também continuam a contar com proteção, assistência e apoio na busca por soluções duradouras, incluindo repatriação voluntária em segurança e dignidade.

 

República Centro-Africana 

A jovem Mariam, de 15 anos, escapou de um ataque contra sua família © ACNUR/Adrienne Surprenant

Mariam, de 15 anos, fugiu da violência que assola a República Centro-Africana. Ela vivia em Alindao com seus pais e irmãos quando sua casa foi atacada. Seus pais faleceram no conflito.

“Fugindo, eu vi atrocidades. Corpos estavam no chão"

Na região, mais de um milhão de pessoas já foram forçadas a se deslocar desde a eclosão dos conflitos em 2013. Muitos dos deslocados testemunharam atrocidades e mulheres foram vítimas de violência sexual.

 

Iraque 

Matra corta quiabo colhido em sua fazenda na vila de Yathreb © ACNUR/Rasheed Hussein Rasheed

Matra e milhares de pessoas foram forçadaa a se deslocar internamente no Iraque depois que suas terras foram confiscadas e suas casas e meios de subsistência foram destruídos. Existem cerca de 1,4 milhão de deslocados internos no Iraque, mais da metade dos quais vivem deslocados há pelo menos três anos.

“A fazenda foi queimada e tudo se foi, inclusive nossas roupas”

Apesar dos esforços para reconstruir o país e revitalizar as economias locais,  muitos desafios persistem. No Iraque, o ACNUR trabalha com o governo e parceiros para incorporar as necessidades dos deslocados internos nos planos de desenvolvimento e apoiar sua absorção gradual no sistema de bem-estar social iraquiano. Há também cerca de 278.600 refugiados iraquianos no Egito, Jordânia, Líbano, Síria e Turquia para os quais o ACNUR fornece proteção e serviços básicos, enquanto também trabalha para buscar soluções permanentes que permitam que reconstruam suas vidas.

 

Burundi 

Emmanuel, refugiado do Burundi, na Tanzânia © ACNUR/Brendan Bannon

Emmanuel deixou seu país natal, o Burundi, em 1972 para fugir da violência. Ele encontrou refúgio na Tanzânia, onde reconstruiu sua vida. Emmanuel é uma das pessoas deslocadas há mais tempo no mundo.

A situação no Burundi continua a ser uma das crises humanitárias com menos recursos do mundo. Em junho de 2020, 333.703 refugiados do Burundi estavam na República Democrática do Congo, Ruanda, República Unida da Tanzânia e Uganda. O surto de COVID-19 exacerbou a condição já precária dos refugiados do Burundi na região e adicionou pressão sobre os sistemas de saúde e saneamento em áreas remotas de países de asilo.

 

Síria

Juriya segura um de seus sete filhos enquanto inspeciona a enchente do lado de fora de sua casa em Dalhamiya © ACNUR/Diego Ibarra Sánchez

Juriya faz parte dos milhões de sírios que buscam abrigo em outros países. Famílias inteiras como a dela foram forçadas a se deslocar para escapar do conflito que está no seu décimo ano. Mais de 5,5 milhões de refugiados sírios deixaram o país, mas enfrentam condições de vida precárias.

 "Não conseguimos dormir à noite"

Até agosto de 2020 o ACNUR havia conseguido apenas 38% do financiamento necessário para sua operação humanitária na Síria. A falta de financiamento impacta diretamente o acesso a educação e serviços de saúde e ameaça milhares de vidas.

 

Afeganistão

Meninas afegãs assistem às aulas na escola montada por Aqeela no vilarejo de refugiados em Kotchandana, no Paquistão © ACNUR/Sara Farid

Aqeela Asifi, refugiada afegã e vencedora do Prêmio Nansen do ACNUR em 2015, é professora em uma vila de refugiados em Kotchandana. Ela trabalha para dar às meninas afegãs a chance de estudar e construir um futuro melhor.

“Sonho com o dia em que as pessoas lembrarão do Afeganistão não pela guerra, mas pelo seu nível de educação”

A crise no Afeganistão já dura aproximadamente 50 anos e os afegãos são a segunda maior população de refugiados sob o mandato do ACNUR em todo o mundo. São cerca de 2,4 milhões de refugiados registrados e 2,6 milhões de deslocados internos.

 

Venezuela

Ismenia faz parte dos mais de 5 milhões de venezuelanos que deixaram seu país. Esse é o maior êxodo da história recente da América Latina e uma das maiores crises de deslocamento do mundo.

"Foi quando cheguei ao abrigo em Boa Vista que entendi a realidade do meu país. Todo o dano causado às pessoas”

A assistência humanitária aos venezuelanos deslocados, bem como o aumento do apoio a sua inclusão socioeconômica, precisa ser urgentemente ampliada para complementar os esforços dos governos dos países que os acolhem.

 

Situação da Rota Mediterrânea Central

Abdullah, 30 anos, de Burkina Faso senta-se no convés de um navio da Guarda Costeira italiana após ser resgatado em uma operação noturna no Mar Mediterrâneo, a cerca de 50 milhas náuticas da costa da Líbia © ACNUR/Vania Turner

Abdullah faz parte do grupo de pessoas que embarcaram em uma das rotas mais perigosas do mundo em busca de um recomeço. Apenas em 2017, 100.000 refugiados e migrantes cruzaram o Mediterrâneo rumo à Europa. Muitos não sobreviveram.


Em 2020, diversas crises se agravaram com a chegada do novo coronavírus. A ajuda humanitária se tornou cada vez mais vital para a sobrevivência de milhares de pessoas em todo o mundo.

A sua doação permite que o ACNUR siga fornecendo proteção e esperança a milhões de refugiados em todo o mundo. Nos ajude a não deixar ninguém para trás. Doe hoje.

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