Artesanato reúne mulheres brasileiras e refugiadas no Rio de Janeiro
Artesanato reúne mulheres brasileiras e refugiadas no Rio de Janeiro
RIO DE JANEIRO, Brasil, 27 de julho de 2014 (ACNUR) - Elas nasceram em continentes diferentes, falam idiomas diferentes e têm sonhos diferentes. Mas nesta semana estiveram unidas com um mesmo propósito: comemorar o Dia Mundial do Refugiado (celebrado mundialmente no dia 20 de junho) e os 17º aniversário da lei 9.474/97, que regulamenta o Estatuto do Refugiado no Brasil.
Durante três horas, 25 mulheres – brasileiras e africanas – costuraram, interagiram, aprenderam. Compartilharam experiências que certamente irão acompanhá-las por muito tempo. O encontro aconteceu durante oficina de artesanato organizada pela Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro e a organização não-governamental OMEP (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar).
Durante a oficina, mulheres refugiadas e solicitantes de refúgio, além de mulheres atendidas pela OMEP em Rio Comprido (bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro), customizaram camisetas com o tema do refúgio, usando as técnicas de artesanato que aprendem nos cursos promovidos pelas duas instituições.
“O interessante é que, mesmo sem falarem a mesma língua, elas se comunicaram, se entenderam e trocaram experiências”, observou Regina Carvalho, presidente da OMEP e coordenadora do projeto “Apostando no Futuro”, que há 10 anos oferece cursos de artesanato para mulheres.
Ao final da oficina, as alunas do projeto “Refazer”, da Cáritas Rio, prepararam uma surpresa para as visitantes brasileiras. As anfitriãs fizeram questão de mostrar um pouco da sua cultura e da sua arte.
Vestidas com roupas coloridas, típicas de seus países, elas dançaram e cantaram músicas africanas, transformando em um verdadeiro palco o prédio da Cáritas onde são atendidos os refugiados que vivem no Rio de Janeiro. Foi um show que emocionou a todos os presentes.
“Percebemos a alegria com que as alunas do ‘Refazer’ receberam as alunas do ‘Apostando no Futuro’. Era como se estivessem recebendo essas pessoas em sua casa. E, de fato, a Cáritas é o lugar onde se sentem acolhidas. Como elas mesmas costumam dizer, usando uma palavra no dialeto africano lingala, a Cáritas é a ‘ngunda’ (casa) de todos os refugiados e solicitantes de refúgio que chegam ao Rio de Janeiro”, completou Aline Thuller, coordenadora do Programa de Atendimento a Refugiados da CARJ.
Por Beatriz Oliveira, do Rio de Janeiro.