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ACNUR apoia interiorização de pessoas venezuelanas garantindo abrigo e auxílio financeiro na cidade de destino

Comunicados à imprensa

ACNUR apoia interiorização de pessoas venezuelanas garantindo abrigo e auxílio financeiro na cidade de destino

10 Novembro 2020
ACNUR e parceiros da sociedade civil durante a recepção de interiorizados em Curitiba (28/10) ©Angélica Furquim/Cáritas Paraná
Brasília, 10 de novembro de 2020 – O frio de Curitiba (PR) não arrefeceu os sonhos de 16 pessoas venezuelanas que chegaram no fim de outubro (28/10) na capital paranaense vindas de Boa Vista (RR). Fazer parte da Estratégia de Interiorização da Operação Acolhida, a resposta humanitária do governo federal ao fluxo venezuelano, que é apoiada pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), é motivo para alimentar as esperanças por um novo recomeço e uma vida melhor.

Yecsi Yoheli, de 29 anos, aguardava ansiosa pela viagem no abrigo Jardim Floresta e posteriormente no Rondon 2, em Roraima, que são abrigos da Operação Acolhida geridos pelo ACNUR em parceria com organizações da sociedade civil. Após se candidatar para a Estratégia de Interiorização, Yecsi Yoheli e seus quatro filhos tiveram a chance de se mudar para o Paraná.

“Eu não conseguia emprego em Boa Vista e não tinha com quem deixar meus filhos para trabalhar. Eu sabia que com a interiorização eu poderia buscar oportunidades, para mim e para meus filhos, em uma cidade maior”, conta Yecsi, já na chegada em Curitiba.

Apenas em outubro, aproximadamente 230 pessoas tiveram a mesma oportunidade que Yecsi de fazer parte da Estratégia de Interiorização da Operação Acolhida na modalidade abrigo-abrigo, que conta com apoio fundamental do ACNUR.

Para que este grupo, formado principalmente por famílias monoparentais chefiadas por mulheres, estivesse desembarcando em Curitiba, um longo trabalho foi realizado pelo ACNUR, desde o ordenamento da fronteira e registro até abrigamento dos refugiados e migrantes em Roraima e na cidade de destino.

“Nosso trabalho presta apoio ao ciclo completo de interiorização da Operação Acolhida, provendo a gestão dos perfis de refugiados e migrantes, identificação de pessoas para interiorização e estabelecendo parcerias com a sociedade civil, que recebe os venezuelanos nas cidades de destino em abrigos apoiados pelo ACNUR”, explica José Egas, Representante do ACNUR no Brasil.

Yecsi e seus quatro filhos ao lado de funcionária do ACNUR em Curitiba © ACNUR/Renato Oliveira

Graças às parcerias do ACNUR com organizações da sociedade civil, mais de 700 vagas temporárias em abrigos nas cidades de acolhida foram criadas e mantidas em 21 cidades do país. Desde o início da estratégia de interiorização em 2018, 8.176 mil pessoas refugiadas, solicitantes de refúgio e migrantes foram abrigadas. No caso do grupo de Yecsi Yoheli, em Curitiba, os interiorizados serão acolhidos pelo Serviço Pastoral Migrante e Cáritas Paraná.

Mas os desafios não terminam após a viagem. Pessoas deslocadas à força muitas vezes têm muito pouco ou mesmo nada – e quando têm, não conseguem viajar com seus bens. Somado a isto, em tempos de pandemia de COVID-19, muitos refugiados e migrantes perderam sua fonte de renda ou veêm as oportunidades de gerar renda reduzidas.

Portanto, além de garantir abrigo antes e depois da viagem, o ACNUR oferece o Cartão Apoio ACNUR para interiorizados em diferentes categorias, como forma de apoiar esse recomeço, garantindo dignidade e autonomia para refugiados e migrantes.

Trata-se de transferências bancárias que duram de um a três meses e são oferecidas para apoiar a saída dessas pessoas do abrigo na cidade de destino. Com o dinheiro, os beneficiários podem comprar de acordo com suas preferências e ter controle sobre o dinheiro recebido, priorizando suas necessidades particulares.

O Cartão Apoio ACNUR é resultado de doações, incluindo da União Europeia, por meio do Departamento de Ajuda Humanitária e Proteção Civil (ECHO), que têm viabilizado a continuidade e expansão da implementação do auxílio financeiro emergencial do ACNUR no país.

“Eu sabia que com a modalidade abrigo-abrigo de interiorização eu poderia ter apoio na cidade de destino para conseguir trabalho e me desenvolver profissionalmente. Agora quero ver meus filhos formados, quero vê-los se tornando pessoas de bem, que ajudem ao próximo e que possam contribuir para o país que os recebeu”, conclui Yecsi.

Acesse aqui o Boletim de Interiorização do ACNUR de agosto e setembro.

De Roraima para o Brasil – A Estratégia de Interiorização começou em 2018 e é uma das soluções encontradas pelo Governo Brasileiro para, de forma organizada e voluntária, realocar venezuelanos de Boa Vista (RR) para outras cidades brasileiras. A estratégia, que tem o apoio do ACNUR e outras agências da ONU, tem o objetivo de reduzir o impacto deste fluxo nas comunidades de acolhida em Roraima e, ao mesmo tempo, proporcionar melhores condições de integração para os venezuelanos que querem permanecer no Brasil.

Ao todo, segundo o Ministério da Cidadania, já são mais de 42 mil pessoas venezuelanas interiorizadas desde abril de 2018 para mais de 600 municípios brasileiros. Manaus é a cidade que mais recebeu essa população: 4,8 mil. Em seguida vem São Paulo, com 2,7 mil, e Curitiba, com 2,6 mil.

A maior parte dos homens (20%) e mulheres (17%) interiorizados são por meio da modalidade de Abrigo-Abrigo, como é o caso do grupo que desembarcou em Curitiba.

“O ACNUR consegue garantir a proteção dessa população, que sai de abrigo gerenciado por nós em Roraima e chega na sua cidade de destino em outro abrigo apoiado por nós. Assim podemos, com a ajuda de parceiros, monitorar essas pessoas e fornecer ajuda financeira para integração local, naturalmente deixando os abrigos para morar em casas alugadas”, conclui Jose Egas.

Já em novembro, novas rodadas de interiorização da modalidade abrigo-abrigo irão acontecer, dessa vez para Cuiabá, com apoio novamente do Centro Pastoral Migrante. Vinte famílias chegarão à capital sulmatogrossense com abrigo e auxílio financeiro garantidos – e uma chance de recomeçar suas vidas.

 


O ACNUR segue atuando no Brasil para salvar vidas, assegurar direitos e construir um futuro para a as pessoas refugiadas.

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