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Alto Comissário pede por solução política urgente para crise que se agrava no Iraque

Comunicados à imprensa

Alto Comissário pede por solução política urgente para crise que se agrava no Iraque

Alto Comissário pede por solução política urgente para crise que se agrava no IraqueGuterres atentou para o risco da “eclosão de uma guerra sectária e fragmentação completa” enquanto iraquianos deixam suas casas e grupos minoritários são alvos.
21 Julho 2014

ERBIL, Iraque, 21 de julho de 2014 (ACNUR) – O Alto Comissário da ONU para Refugiados António Guterres atentou nesta sexta-feira para o risco da “eclosão de uma guerra sectária e fragmentação completa” enquanto iraquianos deixam suas casas e grupos minoritários são alvos.

Políticos iraquianos e a comunidade internacional estão ficando “sem tempo de agir”, disse ele.

Em conversas de alto nível em Bagdá na quarta-feira passada, Guterres encorajou líderes a encontrarem urgentemente uma solução e “aproveitar esta última chance de trazer todos a uma abordagem não sectária. Caso contrário, corremos o risco de terminar em uma verdadeira guerra de segregação”.

O chefe do ACNUR encorajou governos regionais e do resto do mundo a apoiar esta abordagem. “Países com influência também precisam trabalhar construtivamente na direção desta solução”, declarou. “Isto é uma ameaça para todos. Ninguém está seguro”.

Guterres testemunhou as condições difíceis nas quais os mais de 650 mil iraquianos deslocados enfrentam desde janeiro. No campo de trânsito de Khazair, entre as cidades iraquianas de Erbil e Mosul, ele andou por caminhos empoeirados entre 500 tendas fornecidas pelo ACNUR onde iraquianos xiitas, sunitas e outros vivem agora.

Um pai que fugiu há um mês do conflito em Mosul, contou a Guterres que seu filho retornou a cidade na semana passada para verificar sua casa e a encontrou ocupada e parcialmente destruída.

Guterres notou o dramático impacto socioeconômico que o fluxo de mais de 225 mil refugiados sírios e cerca de 300 mil novos deslocados iraquianos. Ele apelou à comunidade internacional para “aumentar o apoio ao governo e à população da região do Curdistão neste momento tão difícil.”

“O Oriente Médio está em chamas”, disse. “O Curdistão representa uma das poucas áreas estáveis onde a proteção pode ser garantida”.

O Alto Comissário disse que em breve a contribuição de US$500 milhões da Arábia Saudita vai auxiliar a ONU a prestar ajuda humanitária essencial aos iraquianos. "Outros também precisam posicionar-se para ajudar o Curdistão a lidar com este terrível desafio", disse ele.

Na sexta-feira, o Alto Comissário viajou para o novo campo de refugiados de Arbat, no norte da cidade de Sulaymaniyah, agora o lar de mais de 3 mil sírios que fugiram da guerra civil. Dos quase três milhões de refugiados sírios, 225 mil estão no Iraque. Observando a estabilidade da região, Guterres disse que "sem o Curdistão, muitas pessoas que fogem não teria lugar nenhum para ir."

Guterres visitou o Iraque em respeito aos deslocados internos, refugiados sírios e suas comunidades de acolhimento, e para mostrar solidariedade durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã. Ele falou de suas preocupações para todos os iraquianos, especialmente as minorias, que estão em risco.

"Todo mundo precisa ser protegido", disse ele. "O refúgio deve ser concedido a todos aqueles que o buscam, sem descriminação. Todos merecem estar a salvo".

Ele elogiou o comprometimento do presidente e primeiro ministro da região do Curdistão iraquiano em “manter uma política de fronteiras abertas para todos os indivíduos necessitados, independente de etnia ou religião. Esta atitude de tolerância e abertura tem um significado simbólico importante em um momento onde é preciso evitar a todo custo uma guerra civil sectária no Iraque.”

Ele foi contundente ao assinalar o que o ACNUR e toda a comunidade humanitária podem cumprir. “O que fazemos é minimizar o sofrimento. Não existe solução humanitária para esta crise humanitária. Não há maneira humanitária de limpar a bagunça feita por políticos. O que eles precisam realmente é de paz”.

Por Edward Colt and Melissa Fleming