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Redes comunitárias de refugiados ajudam a detectar COVID-19 no Equador

Comunicados à imprensa

Redes comunitárias de refugiados ajudam a detectar COVID-19 no Equador

1 Setembro 2020
Uma família colombiana de refugiados em Heyleen, nos Andes equatorianos, recebe ajuda do ACNUR em 17 de junho de 2020 © ACNUR/Sebastián Narváez

Redes comunitárias de pessoas refugiadas estão ajudando a identificar casos de COVID-19 no Equador como parte de um Sistema de Vigilância Epidemiológica Comunitária (CESS) desenvolvido pelo ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados.

O sistema está ajudando a garantir a detecção precoce e o encaminhamento para tratamento de casos de COVID-19 entre a população refugiada do país. Desde que o sistema foi lançado, há um mês, mais de 250 casos suspeitos foram encaminhados às autoridades nacionais de saúde.

Embora o Equador conceda acesso a serviços públicos de saúde para todos, independentemente da nacionalidade ou status de residência, este nem sempre é imediato na prática. Alguns refugiados estão hospedados em partes isoladas e remotas do país com serviços limitados, enquanto outros podem desconhecer seus direitos ou temerem ser multados por seu status irregular.

Esta estratégia inovadora de referência de saúde comunitária conta com as redes humanitárias e de refugiados do ACNUR, que existiam antes da pandemia, para ajudar a identificar casos de COVID-19 entre comunidades de refugiados e migrantes.

A rede é formada por parceiros, organizações comunitárias e da sociedade civil, complementando o Sistema de Vigilância Epidemiológica do governo do Equador para melhor alcançar refugiados e migrantes, que tendem a se deslocar de forma contínua dentro do país.

Seis organizações comunitárias lideradas por refugiados e migrantes foram treinadas pelo ACNUR para conduzir a vigilância epidemiológica.

Por meio de linhas diretas de telefone, visitas domiciliares e entrega de assistência humanitária, a equipe do ACNUR, bem como os de 50 outras organizações humanitárias e comunitárias, ajudam a monitorar e identificar casos suspeitos de COVID-19 entre a população de refugiados e migrantes e suas comunidades locais de acolhimento .

Assim que os casos suspeitos são identificados pelo ponto focal da rede comunitária, as informações são registradas em um banco de dados privado online e um alerta é enviado aos serviços públicos de saúde para acompanhar o caso e fornecer tratamento clínico ou aconselhamento apropriado.

Até o momento, mais de 113 mil casos confirmados de COVID-19 foram relatados entre os 17 milhões de habitantes do Equador. Os números oficiais registram pouco mais de 500 casos da doença entre refugiados e migrantes no país.

Além da identificação dos sintomas, o Sistema de Vigilância Epidemiológica Comunitária também recupera informações importantes, levando em consideração se os encaminhados têm acesso a equipamentos de biossegurança, moram em acomodações superlotadas e têm quaisquer outras necessidades ou condições relacionadas que possam exigir cuidados médicos adicionais, como mulheres grávidas, idosos e pessoas com doenças crônicas. Isso é fundamental para permitir que as organizações humanitárias forneçam assistência personalizada.

O ACNUR também lançou iniciativas de saúde comunitária semelhantes em toda a América Latina, incluindo Colômbia, Peru, Chile e Costa Rica.

O Equador é o lar de quase 70 mil refugiados reconhecidos, a maioria da Colômbia, além de cerca de 400 mil refugiados e migrantes da Venezuela.

Os impactos da pandemia COVID-19 estão deixando muitos em condições de grande dificuldade, sem qualquer fonte de renda, em risco de ficar sem teto e com acesso limitado a serviços sociais e de saúde.

Os dados da última análise de necessidades conjuntas realizada pelo Grupo de Trabalho sobre Refugiados e Migrantes do Equador –  que faz parte da Plataforma Resposta a Venezuelanos (R4V) – mostra que 20% dos venezuelanos pesquisados com problemas médicos não tinham acesso a cuidados de saúde e 8 em cada 10 familiares inquiridos estavam desempregados.

O ACNUR apela ao apoio internacional para ajudar os países anfitriões de refugiados, gravemente afetados pela pandemia COVID-19, a responder a esta emergência de uma forma inclusiva.

Para mais informações: