Enquanto a pandemia de Covid-19 continua, crianças deslocadas à força precisam de mais apoio do que nunca
Enquanto a pandemia de Covid-19 continua, crianças deslocadas à força precisam de mais apoio do que nunca
Com a rápida disseminação da pandemia de Covid-19, as necessidades das crianças refugiadas se tornaram ainda mais agudas. Atender a essas necessidades é essencial para salvaguardar o bem-estar atual e o potencial futuro dessas crianças.
Crianças deslocadas estão entre as que têm acesso mais limitado a serviços de prevenção, testes, tratamento e outros apoios essenciais. Além disso, é provável que as medidas relacionadas à pandemia e sua contenção tenham consequências negativas para a segurança e a educação desses meninos e meninas, que já eram precárias antes mesmo do surgimento da doença.
Ir à escola já era um desafio ou impossibilidade diária para muitas crianças deslocadas em todo o mundo. Menos da metade de todas as crianças refugiadas em idade escolar estava matriculada na escola, caindo para um em cada quatro nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. Agora, é provável que mais crianças deslocadas fiquem fora da escola por um período prolongado e algumas nunca retornem.
Em alguns casos, as crianças também estão sem refeições ou água limpa por causa do fechamento das escolas. É provável que haja taxas crescentes de negligência, abuso, violência baseada em gênero e casamento infantil, à medida que as famílias experimentam mais dificuldades socioeconômicas. E há um risco crescente de estigmatização e preconceito, à medida que o vírus se espalha através das fronteiras e instila o medo.
A pandemia corre o risco de reverter os ganhos conquistados com muito esforço na expansão do acesso a proteção, saúde e educação para crianças refugiadas em todo o mundo.
Não podemos deixar isso acontecer. No momento em que as necessidades de apoio e atenção se multiplicam, a resposta à pandemia deve incluir compromissos claros com a proteção e o bem-estar de crianças deslocadas à força.
Como ACNUR e UNICEF, estamos comprometidos em fazer mais – e melhor – nesta crise e além, para crianças refugiadas, suas famílias e comunidades e aqueles que as hospedam.
Esse compromisso está alinhado à nossa nova iniciativa – um plano de ação conjunta – lançada por nossas duas organizações em janeiro de 2020 para expandir o acesso das crianças refugiadas aos serviços de proteção, educação, água e saneamento em um primeiro grupo de países prioritários.
Prometemos trabalhar juntos para transformar a qualidade de vida das crianças refugiadas e de suas famílias, dobrando o número de crianças refugiadas e retornadas com acesso à educação; garantindo que elas possam acessar serviços de água e saneamento limpos, sustentáveis e ambientalmente saudáveis; abordando as preocupações de proteção e garantindo serviços de resposta com qualidade e adequados para crianças; e identificando barreiras à inclusão nos sistemas nacionais.
ACNUR e UNICEF trabalham em colaboração em mais de 40 países ao redor do mundo e estão juntos para cumprir os compromissos assumidos pelas crianças no âmbito do Pacto Global para Refugiados. Continuaremos a fornecer o melhor apoio possível a todas as crianças refugiadas durante a pandemia da Covid-19 e além, e instamos os governos e a comunidade internacional para que se juntem a nós nesses esforços.
Como todas as crianças em todo o mundo, as crianças refugiadas merecem ter uma oportunidade justa na vida e ver seus direitos plenamente realizados. Embora a vida dessas crianças tenha sido interrompida por violência, deslocamento e agora uma pandemia, suas chances de um futuro digno serão reforçadas se elas tiverem acesso equitativo ao apoio e aos serviços de que precisam."