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Refugiado sírio encontra porto seguro na Alemanha

Comunicados à imprensa

Refugiado sírio encontra porto seguro na Alemanha

2 Março 2020
O refugiado sírio Majed Al Wawi é fotografado em St. Pauli Landing, perto de seu local de trabalho, no HHLA Terminal Burchardkai, no porto de Hamburgo © ACNUR / Gordon Welters

A primeira vez que Majed Al Wawi passou pelo terminal de contêineres de Hamburgo, ele ficou intrigado com os grandes navios e guindastes imponentes.


Então, quando um professor sugeriu que ele tentasse um estágio no porto, o refugiado sírio aproveitou a chance.

"Aquele primeiro dia foi surpreendente", disse o jovem de 21 anos. "Eu estava extremamente motivado. Meu sonho sempre foi trabalhar com grandes máquinas. Quanto maior a máquina, mais divertida é a operação."

Em 2015, Majed fugiu da guerra em Alepo, na Síria. Ele tinha apenas 17 anos e deixou seus pais e cinco irmãos mais novos para trás. Depois de uma jornada de 28 dias, ele chegou à fronteira alemã.

Agora Majed é trainee da empresa de logística Hamburger Hafen und Logistik AG (HHLA) e está aprendendo a reparar os guindastes de 2.000 toneladas em Burchardkai, o maior e mais antigo dos terminais de contêineres da cidade portuária.

"Eu estava realmente motivado... Meu sonho sempre foi trabalhar com grandes máquinas"

Encontrar trabalho geralmente é um passo vital para refugiados como Majed à medida que recomeçam suas novas vidas nos países anfitriões. Muitos setores da Alemanha encontraram oportunidades para recém-chegados, preenchendo lacunas no mercado de trabalho do país.

Na chegada a Hamburgo, Majed se mudou para um abrigo para menores desacompanhados. Dentro de meses, ele voltou à escola e começou a estudar alemão.

"Aprender o idioma é essencial", disse Majed, em alemão fluente. "Se você consegue dominar o idioma, você pode continuar sua vida."

 

Majed fez estágio no HHLA e no verão passado recebeu a oferta de um lugar no prestigiado programa de treinamento vocacional para engenheiros do porto.

O estágio caiu como uma luva para Majed. Ele trabalhava na empresa de construção de sua família em Alepo desde os 13 anos de idade, quando a guerra obrigou sua escola a fechar. Mas o trabalho também era novo. Na Síria, ele nunca tinha visto o mar, muito menos um porto.

Hamburgo é o terceiro maior porto da Europa e o HHLA opera três de seus quatro terminais de contêineres. Majed completou seis meses em seu estágio com o operador do terminal como engenheiro mecatrônico, um campo que combina engenharia elétrica, informática e mecânica.

Ele está aprendendo a consertar os guindastes que descarregam contêineres de navios de carga atracados no rio Elba. Ele também mantém os guindastes automáticos montados em trilhos que elevam os contêineres do armazenamento temporário para transferência para trens e caminhões.

"As experiências anteriores de nossos trainees não faz diferença para nós"

O HHLA está treinando diversas pessoas que foram forçadas a deixar seus países de origem, embora não exista um programa específico para refugiados.

"As experiências anteriores de nossos trainees não faz diferença para nós", afirmou Jan Wehlen, chefe de treinamento e desenvolvimento do HHLA.

No porto, Majed diz que se sente em casa e que se dá bem com seus colegas.

"Todos os funcionários são muito gentis e amigáveis comigo", disse. "É muito divertido." Os colegas também elogiaram o trabalho de Majed.

Nos próximos três anos, os estagiários também devem aprender a programar os sistemas de computador que supervisionam o terminal altamente automatizado. Eventualmente, alguns candidatos serão contratados como funcionários permanentes.

Seria a realização de um sonho para Majed. Mas quando pensa no futuro, com sua família ainda na Síria, ele diz que é difícil não se sentir dividido.

"Se eu tiver uma boa vida aqui, ficarei", disse Majed. "E Hamburgo é uma cidade muito legal. Mas acho que todo mundo anseia voltar para o lugar onde cresceu."