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Refugiados da Etiópia voltam para casa após anos no exílio

Comunicados à imprensa

Refugiados da Etiópia voltam para casa após anos no exílio

28 Fevereiro 2020
Ardo Hassan, 43 anos, com seus três filhos em Dire Dawa, Etiópia. Eles voltaram para casa depois de 11 anos no exílio © ACNUR / Helle Degn

Desde que Ardo Hassan Kowdan fugiu da Etiópia para o Quênia há 11 anos, ela sonhava com o dia em que poderia voltar para casa. Embarcar em um avião que finalmente a levaria de volta para sua terra foi um momento marcante.


"Estou extremamente feliz em voltar para onde nasci e dei à luz a meus três filhos", diz a mulher de 43 anos.

Abdirashid Mohumed, 24 anos, estava ao lado dela e concordou, acenando com a cabeça. Para a ocasião, ele vestiu uma jaqueta cinza e uma camisa xadrez azul.

“Estou 100% feliz por voltar para casa. Senti muita falta da minha família e amigos”, afirmou o jovem.

Os dois estão entre os 76 etíopes que voltaram para casa na semana passada. Eles viviam no campo de refugiados de Kakuma.

“Estou 100% feliz por voltar para casa. Senti muita falta da minha família e amigos”

A ação, apoiada pelo ACNUR, Agência ONU para Refugiados, e pelos governos da Etiópia e Quênia, faz parte de uma tendência crescente na qual milhares de refugiados etíopes na região estão escolhendo voltar para casa. Eles são motivados, em parte, pelo impacto de recentes reformas políticas e econômicas em sua terra natal.

Onze pessoas retornaram ao país em 2019 e outras 4.000 devem seguir este ano. Cerca de 28.500 refugiados etíopes vivem no Quênia.

A maioria dos retornados é originária da Região Somali da Etiópia e vive como refugiada há mais de uma década. Mais da metade são mulheres e meninas, algumas nascidas e criadas no campo.

O ACNUR está fornecendo aos retornados um pacote de apoio que inclui dinheiro e subsídios de transporte para que eles possam viajar para seus locais de origem.

 

Quando o avião finalmente pousou em Dire Dawa, os passageiros desembarcaram com expressões felizes. Funcionários do ACNUR, liderados por Ann Encontre, representante do ACNUR na Etiópia, os receberam junto à funcionários da ARRA, a agência do governo etíope encarregada de refugiados, e funcionários da Organização Internacional para as Migrações.

"Todos os refugiados têm o direito de retornar voluntariamente ao seu país quando acharem que é a hora certa. Com segurança e dignidade", disse Encontre. "Eles voltam para casa e se estabelecem entre suas famílias e nas aldeias de onde tiveram que fugir. O ACNUR está muito feliz hoje."

O grupo foi registrado e recebeu uma refeição de boas-vindas. Eles passaram a noite em Dire Dawa antes de seguir para Jijiga, capital da Região Somali da Etiópia.

Os retornados têm grandes esperanças para o futuro, mas rever a família e os amigos é o mais importante.

"Eu acho que vou morrer de felicidade"

"Eu só quero comemorar o reencontro com a minha família", disse Abdirashid. "Quero aproveitar esse momento antes de pensar em fazer qualquer outra coisa."

Depois de tanto tempo longe de casa, receber apoio contínuo do governo, do ACNUR e de outras agências para recomeçar suas vidas será vital.

Ardo deseja que seus filhos de 16, 17 e 18 anos voltem a estudar o mais rápido possível e já tem ideias para começar um negócio.

"A vida como refugiada não foi fácil. Lutei para criá-los e educá-los", disse. "Vou precisar do apoio do governo e do ACNUR na minha nova vida."

Mas primeiro, sua prioridade era chegar em casa e reencontrar sua mãe e parentes.

"Acho que vou morrer de felicidade", afirmou.

 Reportagem adicional de Samuel Otieno de Kakuma, Quênia; Helle Degn e Kisut Gebre Egziabher de Dire Dawa, Etiópia.