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Venezuelanos participam de oficina para produzir artesanato com materiais recicláveis

Comunicados à imprensa

Venezuelanos participam de oficina para produzir artesanato com materiais recicláveis

10 Dezembro 2019
A artesã Doreles Maria, que espera ter nos produtos alternativa de geração de renda © ACNUR/Felipe Irnaldo

Papeis reutilizáveis, sacos de cimento vazios e até troncos de bananeira: tudo pode virar matéria-prima de artesanato nas mãos de refugiados e migrantes venezuelanos em Manaus, a partir de técnicas simples.

Entre os dias 25 e 29 de novembro, uma oficina do projeto Reciclo apresentou para 15 venezuelanos que moram na cidade métodos inovadores e de baixo custo para produção de artigos como cadernetas, caixas recicladas e até luminárias.

Fruto de uma parceria da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) com a ONG Hermanitos e a Fundação Pedro Jorge, a ação busca facilitar a integração local e estimular a geração de renda sustentável para a comunidade venezuelana na cidade, incluindo mulheres e pessoas de perfil LGBTI em situação de vulnerabilidade.

Totalmente sustentável, a oficina ensinou técnicas artesanais de processamento e secagem de papel no sol para obter uma diversidade de texturas e cores. Estes materiais são a base de uma infinidade de produtos a serem criados, desde blocos de anotação até marcadores de páginas e caixas recicladas.

“Separamos todos os materiais que seriam descartados, além do tronco da bananeira, trituramos e misturamos para que seja possível a fabricação do papel que é aplicado em diferentes formas. O baixo custo de produção aliado ao talento dos artesãos permitirá que cada item tenha um valor agregado único, se tornando uma alternativa economicamente viável de geração de renda”, explica Gizelma Fernandes, 44, instrutora da Fundação Pedro Jorge.

A ação conta com apoio do Ministério Público Federal (MPF-AM), Ministério Público do Trabalho (MPT-AM), e Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR). “Buscamos promover oportunidades para integração da comunidade venezuelana, ofertando soluções duradouras para vida na cidade. O trabalho do ACNUR busca valorizar as capacidades como estratégia de melhoria de vida”, explica a chefe do escritório do ACNUR em Manaus, Catalina Sampaio.

Oportunidade para pessoas como Francesca Dângelo, 21, estudante de desenho de moda que chegou da Venezuela há um ano. Buscando retomar os estudos no Brasil, ela espera utilizar o curso como uma alternativa para geração de renda na cidade e assim, continuar jornada profissional no país.

“Vou usar esse conhecimento para empreender. Lá na Venezuela tinha minha micro-empresa de confeitaria que tive que parar por falta de materiais. Então agora vou poder complementar minha renda com essa parte de reciclagem e estudar para empreender aqui”, explica.

 

Oficina teve chamada especial para mulheres e pessoas em perfil LGBTI em situação de vulneralbilidade © ACNUR/Felipe Irnaldo

Doreles Maria, 28, chegou ao Brasil em janeiro deste ano. Artesã, já trabalhou como auxiliar de farmácia, de cozinha vegetaria, e encontrou no Hermanitos um parceiro de cursos e diversas outras atividades em sua nova jornada no Brasil.

“O curso vai me ajudar a preparar o currículo para ter um trabalho com as coisas que necessitamos eu e meu esposo. Queremos ficar um pouco em Manaus e daí irmos para o litoral ter uma renda maior. Esse curso é uma oportunidade porque vou poder aplicar aqui e outro lugar que decidir morar", finaliza Doreles.

Produção de artesanato sustentável busca estimular geração de renda para comunidade refugiada em Manaus © ACNUR/Felipe Irnaldo

 

Fortalecimento da resposta

A parceria do ACNUR com a Fundação Pedro Jorge e a ONG Hermanitos é parte de uma estratégia no fortalecimento da resposta aos venezuelanos na região norte do Brasil e na promoção da proteção de populações em maior situação de vulnerabilidade.

De acordo com a Polícia Federal, cerca de 212 mil venezuelanos encontram-se no país, sendo 115 mil solicitantes de refúgio e 97 mil residentes temporários. Segundo estimativas das Nações Unidas, quase 4,5 milhões de venezuelanos já deixaram seu país.