Depois de anos no exílio, refugiados voltam para casa
Depois de anos no exílio, refugiados voltam para casa
Quando um barco que transporta centenas de refugiados da República Centro-Africana que retornam da República Democrática do Congo se aproxima do porto de Bangui, o ar é preenchido por risadas e cantoria.
A empolgação deles é palpável quando olham para a costa, ansiosos por pisar no solo de seu país, o qual não veem há seis, sete anos desde que fugiram do conflito.
Guilaine Alaya, 33, aponta animadamente para a capital enquanto abraça o filho que viaja ao seu lado. Fora do país desde 2013, ela e o marido Serge estão felizes em voltar para casa.
“Ouvimos dizer que agora há paz. Preferimos voltar e trabalhar para o nosso país”, diz alegremente.
O ACNUR, Agência da ONU para Refugiados, ajudou centenas de refugiados que vivem na República Democrática do Congo (RDC) a voltar para casa em 21 de novembro, lançando o primeiro programa de repatriamento voluntário de história para cerca de 172 mil pessoas deslocadas à força da República Centro-Africana desde 2013.
Cerca de 400 refugiados e seus pertences partiram em um comboio de caminhões e veículos leves do campo de refugiados de Mole para Zongo, na província de Ubangi do sul, no norte da RDC. Eles continuaram sua jornada de barco até a capital Bangui.
“Tenho orgulho de estar de volta em casa.”
O início do programa de repatriamento voluntário segue um acordo assinado pelo ACNUR e pelos governos da RDC e da República Centro-Africana em julho de 2019.
Os campos de Mole e Boyabu têm cerca de 32 mil refugiados centro-africanos, dos quais 4 mil se inscreveram para o repatriamento voluntário. O ACNUR planeja ajudar cerca de 25 mil pessoas até o final de 2020 através do programa.
Aqueles que retornam recebem um pacote que inclui dinheiro e utensílios domésticos básicos para ajudar no recomeço da vida, incluindo alimentos para os primeiros três meses.
Os refugiados estão retornando às áreas de Bangui e para as regiões de Lobaye, Ombella M'poko, la Kemo, Nana Mambere, Mambere Kadei e Sangha-Mbaere, onde a situação de segurança melhorou nos últimos dois anos.
Ao pisar na praia depois de seis anos fora, Alain Kossi, 35, vai ao chão. Emocionado, ele explode em lágrimas de alegria enquanto segura o filho.
“O presidente pediu que todos os centro-africanos voltassem para casa”, diz o pai, que tem sete filhos. “Tenho orgulho de estar de volta em casa.”