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ACNUR parabeniza UFPA por abertura de vagas a alunos refugiados

Comunicados à imprensa

ACNUR parabeniza UFPA por abertura de vagas a alunos refugiados

30 Outubro 2019
Integrantes do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFPA © UFPA/Alexandre de Morais

A Universidade Federal do Pará (UFPA) acabou de aprovar um edital de seleção específica para refugiados, imigrantes, asiladas, apátridas e vítimas de tráfico humano e outros estrangeiros em condições de vulnerabilidade socioeconômica.

O concurso, conhecido como PSE MIGRE, prevê duas vagas para cada um dos 187 cursos ofertados em todos os campi da UFPA. Os candidatos precisarão comprovar fazer parte do grupo beneficiado pela seleção especial e o concurso não terá exame específico.

A seleção funcionará com base na análise documental realizada por uma comissão especial nomeada pela UFPA, ou seja, não haverá prova. Quem concluiu o ensino médio ou cursou o ensino superior no Brasil, porém, não poderá se candidatar às vagas.

Em junho deste ano, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) foi convidada pela universidade a participar de plenária que discutiu a criação desse processo. Com a abertura do edital especial, o ACNUR parabeniza a UFPA pela concretização de seu compromisso que inclui a população refugiada.

“O PSE MIGRE está alinhado com a Estratégia de Educação 2030 do ACNUR, que busca assegurar que pessoas refugiadas tenham acesso ao ensino superior e que suas necessidades específicas de aprendizados sejam trabalhadas por meio de soluções locais inovadoras”, explica Janaína Galvão, responsável pelas atividades do ACNUR no Estado do Pará.

Segundo ela, por meio desta iniciativa, a UFPA permite que pessoas refugiadas tenham a oportunidade de estudar em uma instituição de ensino pública e de ponta, lado a lado com colegas brasileiros. “Isso promove diretamente a integração local e a coexistência pacífica”, pontua.

Para a relatora que analisou e emitiu o parecer técnico sobre esse primeiro edital do concurso, a antropóloga Jane Beltrão, esse processo seletivo, “além de promover a prática humanitária, traz consigo a tentativa de afastar os receios e o ódio que a xenofobia, o preconceito, a discriminação e o racismo promovem, nestes tempos tão difíceis em que vivemos”.

Extensão

Outra assunto a ser discutido é a inserção de projetos de extensão que trabalhem para diminuir a dificuldade de adaptação de estudantes, como o que já é realizado com estudantes quilombolas e indígenas, e a realização de acompanhamento pedagógico aos interessados enquanto cursam a graduação, para que as dificuldades sejam superadas.

Para Janaína Galvão, os povos indígenas venezuelanos que chegam ao Brasil precisam ser incluídos em atividades de extensão, com o oferecimento de serviços de saúde, atendimento jurídico, acompanhamento psicológico, entre outros.

“É o caso dos indígenas venezuelanos que chegam ao Pará após um longo percurso e têm enormes desafios para satisfazer suas necessidades básicas e se integrar nas comunidades de acolhida”, defende ela. A extensão, na opinião dela, é um dos principais meios de impacto na proteção e integração local de pessoas refugiadas e essa iniciativa da UFPA é mais uma evidencia que as atividades das universidades permitem fortalecer as redes de apoio e proteção para essa população.