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Alto Comissário do ACNUR cobra resposta do Conselho de Segurança sobre número recorde de deslocamentos no mundo

Comunicados à imprensa

Alto Comissário do ACNUR cobra resposta do Conselho de Segurança sobre número recorde de deslocamentos no mundo

10 Abril 2019
Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, Filippo Grandi, durante seu discurso sobre o status das pessoas deslocadas no mundo, no Conselho de Segurança da ONU em Nova York. © ONU / Evan Schneider

Nova York - O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, lembrou os líderes presentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o importante papel que exercem ao buscar respostas às crises de deslocamento no mundo todo, especialmente em um momento no qual o discurso xenofóbico contra migrantes e refugiados se alastra.

Em seu discurso, Grandi sugeriu um caminho para lidar com as muitas crises que se desdobram no mundo. "Retratar isso como uma crise global não é administrável e, na minha opinião, está errado", disse ele.

“Por meio do engajamento e da vontade política, que vocês representam aqui no mais alto nível, e com melhores respostas, consagradas no Pacto Global sobre Refugiados, é possível e urgente enfrentar essas crises. E vocês, que representam o Conselho de Segurança, têm um papel fundamental.”

Um número sem precedentes de 68,5 milhões de pessoas em todo o mundo foi forçado a fugir de seus lares. Entre eles estão quase 25,4 milhões de pessoas refugiadas, das quais mais da metade são menores de 18 anos. A grande maioria dos refugiados está abrigada em países em desenvolvimento.

“85% dos refugiados do mundo estão em países pobres ou de renda média. É aí que a crise mora”

Filippo Grandi apelou aos membros do Conselho de Segurança para trabalharem juntos a fim de lidar com as principais causa das crises: a falta de paz e de segurança.

“Dos quase 70 milhões de pessoas que estão deslocadas ou refugiadas, a maioria está fugindo de conflitos”, observou ele. “Se os conflitos fossem evitados ou resolvidos, a maioria dos fluxos de refugiados desapareceria. Ainda assim, as abordagens de pacificação seguem fragmentadas e insuficientes para a construção da paz”.

Grandi citou a crescente violência na Líbia, onde civis estão em risco, e expressou especial preocupação pelos refugiados e migrantes presos em centros de detenção em áreas de conflito. Mais tarde, no mesmo dia, o Alto Comissário anunciou que o ACNUR conseguiu transferir mais de 150 pessoas do centro de detenção Ain Zara, no sul de Trípoli, para um local seguro, o Centro de Recolhimento e Partida do ACNUR.