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Crianças refugiadas participam de atividade de lazer em cinema de São Paulo

Comunicados à imprensa

Crianças refugiadas participam de atividade de lazer em cinema de São Paulo

5 Fevereiro 2019
Monitores de atividades educativas do Sesc-SP interagem com crianças refugiadas antes da exibição do filme apresentado no CineSesc. © ACNUR/Miguel Pachioni

Acordar feliz da vida em um dia ensolarado de verão para estar em uma sala escura e fria, no meio do dia. Pode parecer estranho, mas essa sensação de felicidade é comum às mais de 50 crianças refugiadas que participam do Cineclubinho, projeto realizado pelo Sesc-SP e que iniciou a programação de 2019 no último sábado (02), em São Paulo.

Já de manhã as crianças ficam inquietadas com a oportunidade de assistirem juntas, uma vez por mês, a um filme ou animação infantil gratuitamente. “É como se o aniversário delas fosse naquele dia”, diz Nour, mãe de quatro crianças que, desde o ano passado, acompanha as sabatinas de cinema que se destinam às crianças refugiadas, no CineSesc.

Os filmes são escolhidos de forma criteriosa, contemplando temas infantis de variados recortes culturais, produzidos em diferentes países, inclusive filmes brasileiros, para que as crianças possam ter uma imersão sobre temas como cidadania e pertencimento de forma lúdica, com o propósito de lazer educativo.

"Como as crianças refugiadas trazem com elas memórias e experiências de vida difíceis, em diferentes aspectos, a fantasia e o imaginário proporcionados pelo cinema é extremamente importante para que sejam estimulados entre elas, ajudando, assim, a desconstruir percepções que as afligem no dia a dia”, disse Vivianne Reais, diretora da IKMR, organização parceira do ACNUR que atua especificamente com crianças refugiadas em São Paulo.

Além do aspecto individual das crianças ampliarem suas referências lúdicas, as trocas e fortalecimento dos laços sociais são outros fatores relevantes para que as crianças tenham consigo a possibilidade de se desenvolverem integralmente.

“Enxergamos o cinema como um espaço de convivência e de socialização. Este momento que propiciamos para as famílias refugiadas reforça justamente a importância de se fortalecerem, aprendendo cada vez mais a lidar com o diferentes, sob uma perspectiva mais afetiva, em um ambiente de acolhimento, com estéticas, repertórios e linguagens diferentes”, afirma Gabriela Rocha, animadora cultural do CineSesc.

Nour e seus filhos participam da iniciativa do Cineclubinho para crianças refugiadas, cuja agenda de 2019 segue até dezembro. © ACNUR/Miguel Pachioni.

Além do entretenimento, as crianças e também os adultos vivenciam um momento no qual podem se desligar um pouco das problemáticas cotidianas, usufruindo conteúdos cultuais em espaços públicos acolhedores e socialmente acessíveis – em muitos casos na cidade o acesso à bens culturais é restrito pelo orçamento familiar.

O jovem sírio Walid, de 15 anos, acompanhou suas quatro irmãs mais novas já pela quinta vez e diz que pretende vir mais vezes, embora esteja planejando se dedicar mais os estudos neste ano.

“No ano passado já fui muito bem na escola. Estou próximo de me formar e quero conseguir boas notas nos exames para ter uma profissão reconhecida e que me faça feliz”, disse o adolescente, que almeja atuar na área de tecnologia da informação ou de relações internacionais. Quem sabe, até o momento da decisão, algum filme o ajude a definir o caminho.

O fato é que a imersão de crianças refugiados no cinema dialoga exatamente com o planejado. A cada nova sessão, as pessoas que já passaram pela experiência fazem questão de retornar e outras crianças e adultos passam a participar, onde a sessão, o transporte e a pipoca é por conta da casa.

O ACNUR atua de forma articulada para integrar em seu plano de trabalho os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), incorporando a Agenda 2030 para promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas, livres do medo e da violência. O descritivo dessa matéria se relaciona diretamente com o Objetivo #4 – Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.