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Mulheres venezuelanas e haitianas concluem curso técnico de costura em Boa Vista

Comunicados à imprensa

Mulheres venezuelanas e haitianas concluem curso técnico de costura em Boa Vista

7 Janeiro 2019
Venezuelanas mostram seus certificados e os trabalhos que foram realizados durante as aulas de costura. © ACNUR/Flavia Faria

Dez mulheres venezuelanas e haitianas que estão vivendo em Boa Vista concluíram, no final do mês passado, curso técnico de costura oferecido por uma cooperativa brasileira. Antes vivendo em situação de vulnerabilidade e sem perspectivas, após um mês de aulas as mulheres agora sentem-se tecnicamente mais preparadas para iniciar atividades que poderão gerar renda para ela e suas famílias.

O projeto “Costurando Sonhos”, oferecido pela COOEFCS (Cooperativa de Empreendimentos Solidários de Boa Vista), foi identificado pelos Promotores Comunitários, uma iniciativa do ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), do UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas) e do Serviço Jesuíta para Migrantes e Refugiados (SJMR) apoiada pela União Europeia para facilitar o diálogo com a comunidade local e buscar ferramentas para promover a integração e a convivência pacífica. A partir da identificação do projeto por meio dos Promotores Comunitários, ACNUR, UNFPA e SJMR apoiaram a revitalização do espaço e forneceram os materiais necessários para possibilitar a realização das aulas.

“Estamos muito felizes”, afirmou emocionada a venezuelana Josmary no dia da formatura. © ACNUR / Flávia Faria

Para a venezuelana Josmary, 28 anos, esta foi uma iniciativa importante porque possibilitou o início de uma nova vida. “Estamos muito felizes e nos sentimos mais preparadas para buscar oportunidades de trabalho”, afirma. Já Jeniffer, de 36 anos, que trabalhava como enfermeira na Venezuela, destacou que as aulas proporcionavam também momentos onde as mulheres se fortalecerem por meio da troca de suas experiências pessoais. “A turma acabou virando uma família, compartilhamos as mesmas dificuldades e os mesmos sonhos, e recebemos palavras de apoio de nossas colegas brasileiras”, conclui emocionada.

A Coordenadora do SJMR em Boa Vista, Juliana Miranda, avalia que o projeto oferece uma oportunidade de crescimento profissional e pessoal tanto para as pessoas que chegaram ao Brasil e precisam recomeçar suas vidas, quanto aos brasileiros. “A cooperação mútua transpõe as barreiras de nacionalidade, inspira e incentiva uma melhor convivência entre brasileiras e estrangeiras”, diz Juliana, confirmando que o projeto continuará e será expandido em 2019.

Maria Souza, uma das professoras do projeto “Costurando Sonhos”, conta que foi muito gratificante oferecer às mulheres venezuelanas e haitianas a oportunidade de desenvolver habilidades técnicas de costura. “Elas chegavam aqui em busca de emprego e não podíamos fazer nada. A partir do apoio que recebemos para conduzir o curso, foi possível oferecer o conhecimento para que elas se desenvolvam profissionalmente”, afirmou. Francisca Silva, a outra professora do projeto, observou ainda que o estado de Roraima é carente de profissionais especializadas em costura, e que esse curso possivelmente abrirá muitas portas para elas.

 

Os agentes do programa Promotores Comunitários (que inclui brasileiros, venezuelanos e hiatianos) conduzem visitas às comunidades de acolhida em Boa Vista, passando informações atualizadas sobre políticas governamentais, entrega de assistência humanitária e outros temas que podem impactar o bem-estar da população em busca de refúgio em Roraima e envolvê-la com a população local.

Ao mesmo tempo, os agentes trazem informação sobre necessidades e problemas na entrega da assistência visando melhorar os programas humanitários desenvolvidos em Boa Vista. Os Promotores Comunitários também promovem atividades sociais, apoiando tarefas domésticas, organizando mutirões de limpeza, visitando pessoas mais vulneráveis em suas casas e divulgando boas práticas de higiene e limpeza.

Por meio do programa “Promotores Comunitários”, o ACNUR e seus parceiros conseguem manter um contato próximo com a população venezuelana e promover a participação comunitária, fortalecendo os laços de convivência com as comunidades de acolhida.