Fazendo amigos em Ruanda
Fazendo amigos em Ruanda
Após a reunião matinal com todos os alunos da Escola Paysannat L, localizada no campo de refugiados de Mahama, na região leste de Ruanda, os estudantes - refugiados de Burundi e jovens ruandeses - preparam-se para o início de suas atividades em sala de aula. Com cadernos e canetas em suas mãos, os alunos aguardam ansiosos para mais um dia de estudos.
Dentre eles, estão as melhores amigas Bellaca e Anethe, de mãos dadas e sempre rindo. Bellaca, de 16 anos, fugiu de Burundi há mais de um ano, quando a violência chegou ao seu vilarejo. Procurando um local seguro em Ruanda, ela admite que ficou com receio de se mudar para uma nova cidade e que não esperava ser recebida tão abertamente. Para ela, voltar a frequentar a escola significou um grande passo para sua vida retornar à normalidade.
“A melhor parte da escola é poder assistir às aulas – e ver minha melhor amiga, também”, ela disse, virando-se para apontar para Anethe.
Com a chance de aprender e fazer amizades com a comunidade local, Bellaca se sente extremamente grata pelas oportunidades proporcionadas através trabalho do ACNUR.
Para sua melhor amiga, Anethe, de 15 anos – uma garota ruandesa que vive na comunidade próxima ao campo de refugiados – ter uma escola bem perto de sua casa também foi uma grande alegria.
“Se a escola não existisse, eu teria que fazer uma viagem longa, todos os dias, para poder estudar”.
As duas garotas se conheceram no primeiro dia de aula de Bellaca. Aqueles medos e incertezas por acreditarem que suas nacionalidades e culturas diferentes impediriam a amizade logo se mostraram infundados, e elas se tornaram grandes amigas.
“Ela é uma ótima amiga”, disse Bellaca a respeito de Anethe. “Antes de sermos tão próximas, ela me chamava para estudar com ela. E me ajudava com as lições da escola”.
Junto com o governo de Ruanda, o ACNUR tem liderado esforços para integrar refugiados ao sistema de educação do país. Uma vez que novos assentamentos podem ser um processo assustador para as pessoas envolvidas – particularmente quando a língua, sociedade e cultura da comunidade anfitriã são diferentes – o sistema de educação compartilhado visa a integrar os jovens refugiados, bem como criar um sendo de comunidade.
“Quando refugiados e estudantes locais frequentam a mesma escola, isso promove um entrosamento maior e um senso de comunidade”, diz Monica, Oficial de Proteção do ACNUR no distrito de Kirehe.
A escola Pysannat L, que acomoda todo o fluxo de crianças de Burundi, deixou de ser uma pequena instituição de ensino primário para se tornar uma escola que atende 20 mil crianças em 230 salas de aula e emprega mais de 300 professores.
“Na escola, sempre que dão material escolar aos refugiados, também distribuem para alunos ruandeses, sem discriminação”, explica Anethe. “É por isso que nós sentimos que os alunos refugiados são nossos amigos”.
Sabendo que podem contar com sua amizade e com o apoio do ACNUR, as garotas, Bellaca e Anethe, aguardam ansiosas e felizes pelo dia de amanhã.
Seja um doador do ACNUR e nos ajude a ampliar projetos de educação para crianças refugiadas!