Uganda: ACNUR consternado com naufrágio no Lago Alberto
Uganda: ACNUR consternado com naufrágio no Lago Alberto
KAMPALA, Uganda, 24 de março de 2014 (ACNUR) - O ACNUR está chocado e entristecido pelo naufrágio que aconteceu esse final de semana no Lago Alberto, entre a República Democrática do Congo e Uganda, no qual dezenas de refugiados congoleses, incluindo crianças, afogaram.
O barco era um de dois que saíram do distrito de Hoima, na parte oriental do lago, no sábado de manhã, carregando refugiados que estavam morando no acampamento de Kyangwali mas estavam voltando para casa na parte oriental da República Democrática do Congo de forma voluntária. Um dos barcos naufragou, derrubando os passageiros na água. Segundo informações obtidas pelo ACNUR por meio de autoridades e refugiados até o momento, 41 pessoas foram resgatadas e 98 corpos recuperados. Cerca de 250 pessoas estariam a bordo do barco.
“Esta tragédia me chocou profundamente”, disse António Guterres, Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados. “Meus pensamentos estão com aqueles que perderam pessoas queridas e com os sobreviventos. Sou grato ao governo e outros atores que montaram uma operação de busca e salvamento e estão ajudando os sobreviventes. Eu solicitei ao nosso escritório na Uganda que prestasse todo o apoio necessário”.
Os sobreviventes foram transportados para o distrito de Bundibugyo, no noroeste da Uganda, onde o ACNUR, oficiais do governo da Uganda e nossos parceiros estão fornecendo ajuda, incluindo ajuda psico-social. A identificação dos falecidos, está sendo feita por parentes que estão sendo trazidos da República Democrática do Congo, isto acontece no Hospital do Distrito de Bundibugyo. O ACNUR e o governo da Uganda também estão facilitando o transporte dos corpos de volta para a República Democrática do Congo. Além disso, o ACNUR mobilizou equipes de apoio e recursos, e montou um ponto de informação e resposta no Centro de Trânsito de Bundibugyo para dar suporte aos parentes dos sobreviventes.
O Uganda é um país que acolhe muitos refugiados, com uma população de solicitantes de refúgio e refugiados superior a 328.900 segundo dados do final de fevereiro. Enquanto muitos recém-chegados tem vindo do Sudão do Sul, Uganda ainda acolhe cerca de 175.000 refugiados congoleses – incluindo cerca de 66.000 que fugiram para Bundibugyo desde julho para escapar de combates no leste da República Democrática do Congo. As pessoas afetadas pela tragédia pertenciam a esse grupo.
Nos últimos três meses, o ACNUR tem visto um aumento no número de refugiados congoleses retornando voluntariamente para a República Democrática do Congo. Eles são principalmente pessoas que chegaram no Uganda nos últimos dois ou três anos e estão morando relativamente perto da fronteira com o Uganda. A maioria dos que estão voltando agora estão indo rumo a região relativamente segura de Rutshuru na província de Kivu-Nord, na República Democrática do Congo, enquanto que alguns repatriados estão indo para a área de Kamango, para ficar em acampamentos de deslocados internos. Os refugiados estão utilizando tanto a rota de barcos no Lago Alberto quanto estradas. Uma campanha alertando sobre os perigos de cruzar o lago estava em andamento quando a tragédia aconteceu.