100 dias de horror e esperança: uma cronologia da crise dos Rohingya
100 dias de horror e esperança: uma cronologia da crise dos Rohingya
GENEBRA, Suíça, 06 de dezembro de 2017 (ACNUR) – O fluxo de refugiados rohingya para Bangladesh atingiu níveis alarmantes e dominou manchetes devido aos protestos internacionais. Desde o início da violência no estado de Rakhine, em Mianmar, no final de agosto, mais de 620.000 homens, mulheres e crianças foram forçados a deixar o país, tornando essa crise de refugiados a que mais cresce em nível mundial.
Aqui estão alguns dos momentos centrais dos primeiros cem dias da emergência.
25 de agosto – os meios de comunicação de Mianmar reportaram que rebeldes rohingya assassinaram 12 oficiais de segurança. A campanha militar no estado de Rakhine provocou o êxodo da minoria muçulmana apátrida. Nos próximos quatro dias, o número de refugiados que chegou em Bangladesh a pé ou em barcos alcançou a casa de milhares de pessoas.
No dia 29 de agosto, o ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, que trabalha em Bangladesh há décadas, comprometeu-se em apoiar e aconselhou veementemente que Dhaka abrisse suas fronteiras a medida que o número de pessoas aumentava rapidamente. A operação de assistência do ACNUR, que já acolhia a dezenas de milhares de refugiados em seus acampamentos em Cox’s Bazar, preparou-se para um novo fluxo massivo.
No dia 5 de setembro, o ACNUR pede “assistência de primeira necessidade”, conforme o número de pessoas que chegavam em Bangladesh havia atingido a marca de 125 mil. Três dias depois, no dia 8 de setembro, o ACNUR advertiu que a capacidade dos acampamentos de refugiados tinha atingido seu limite, quando chegou à marca de 270 mil. Os bengalis e a primeira leva de refugiados que chegaram antes estão na linha de frente da resposta de ajuda com alimentação, roupas e abrigos para os recém-chegados, enquanto abrigos improvisados acumulam-se nas margens da estrada e na terra disponível.
Quando chegou o primeiro transporte aéreo emergencial do ACNUR, no dia 12 de setembro, o número de recém-chegados alcançou a marca de 370 mil. Depois de resistir à perseguição e a pobreza extrema em Mianmar, muitos dos recém-chegados apresentavam sinais de desnutrição antes mesmo de realizar o trajeto de uma semana pela selva e sob as chuvas das monções. Os adultos e as pessoas doentes são os mais vulneráveis. Algumas dessas pessoas, como Mabia Khatun, 75 anos, tiveram que ser carregadas por parentes para chegar em segurança.