Torneio Integração reúne em São Paulo homens e mulheres refugiadas e migrantes em torno do futebol
Torneio Integração reúne em São Paulo homens e mulheres refugiadas e migrantes em torno do futebol
São Paulo, 03 de agosto de 2017 (ACNUR) – Os jogos eram amistosos, mas as disputas foram acirradas entre as equipes que se esforçaram até os segundos finais da competição. Esta foi a síntese do Torneio Integração, que reuniu pessoas em situação de refúgio e migrantes no último domingo, dia 30/07. Realizado na unidade Itaquera do SESC-SP, o torneio reuniu seis times mistos (homens e mulheres) para integrar os novos moradores da cidade por meio da prática esportiva, independetemente de seu gênero, idade ou status migratório.
Organizada pelo ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), pela organização África do Coração e pelo SESC-SP, a quarta edição da competição foi muito disputada e só foi decidida nos minutos finais dos jogos. Aliás, a história poderia ter sido outra.
“Quase fiz aquele gol, que mudaria tudo, mas errei o chute e a bola foi para fora. No próximo ano vou acertar o pé para que minha equipe consiga as vitórias, mas a participação aqui hoje já foi muito legal. Isso foi importante para a gente se distrair um pouco, conversar mais e também fazer o corpo trabalhar”, disse a angolana Gracia, que há oito meses mora no Brasil.
Para que os jogos pudessem acontecer, muitas reuniões e acertos foram promovidos pela organização África do Coração e seus parceiros. Em especial, regras mais integradoras fizeram com que mulheres e homens dividissem as responsabilidades pelos esforços da equipe, jogando lado ao lado e forma respeitosa e colaborativa. Para um dos organizadores da competição, o refugiado sírio Addul Baset, essa questão é um grande diferencial do campeonato.
“Nós realizamos a Copa para quebrar barreiras no pensamento de pessoas machistas e racistas. Aqui no Brasil todas as pessoas têm direitos iguais, e isso é uma grande conquista quando se pensa em justiça e paz. A participação de mulheres jogando com homens e de refugiados jogando com migrantes reforça que todos somos pessoas em busca de uma vida digna”, disse Abdul, que vive no Brasil há três anos.