Enfermeiro burundiano oferece e recebe cuidados em Uganda
Enfermeiro burundiano oferece e recebe cuidados em Uganda
NAKIVALE, Uganda, 31 de maio de 2017 - Bosco inicia sua rotina de trabalho diário as 8 da manhã. Com seu jaleco branco, ele segue direto para a ala de pediatria, onde todas as camas estão ocupadas. Muitas crianças que estão por lá têm febre alta devido a malária. Algumas, recém-nascidas, estão desnutridas e recebendo soro diretamente na veia.
Bosco examina todos os seus pequenos pacientes com muita sensibilidade e gentileza. Ele chega a se desculpar quando um paciente sente dor. As mães preocupadas pela situação de seus filhos parecem ser reconfortadas pela postura carinhosa do enfermeiro.
“Salvar vida é uma enorme responsabilidade”, ele afirma. “Isso é o que eu sempre quis fazer e não trocaria meu trabalho por nenhum outro”.
O refugiado do Burundi Bosco, de 35 anos, trabalha como enfermeiro no centro de saúde do assentamento de Nakivale, localizado a aproximadamente 300 quilômetros ao leste de Kampala, a capital de Uganda.
Em Uganda, o local é um dos 70 que fornece serviços tanto para refugiados quanto para locais. O centro é resultado de um programa nacional de “entrega de serviços integrados”. Possível graças ao recebimento de um fundo contínuo, com o passar dos anos, o centro de saúde de Nakivale cresceu em tamanho e capacidade, mantendo o mesmo ritmo mesmo com o aumento da população refugiada. Hoje, oferece serviços a mais de 120.000 refugiados e 40.000 ugandeses.
O programa também permite que centros de saúde como o de Nakivale possam contratar ugandeses e refugiados tendo como base um processo de seleção competitivo. Foi dessa forma que Bosco teve a oportunidade de colocar em prática a sua paixão de ajudar aos outros.
“Alguns dias, existem mais locais do que refugiados aqui, especialmente no Departamento de Serviços de Nutrição”, diz Bosco. “Não importa se o paciente é local ou refugiado. Para mim, todos eles são pessoas que precisam de assistência, e eu trato todos igualmente”.
Na ala masculina, William, um paciente ugandês de 60 anos, sente dores no peito e senta no canto de sua cama enquanto Bosco monitora sua respiração ofegante. “Toda vez que eu me sinto mal, eu venho para este hospital. Eles sempre me ajudam, nunca falham”, ele diz.