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Em busca de segurança para seus filhos

Comunicados à imprensa

Em busca de segurança para seus filhos

Em busca de segurança para seus filhosA dor de Rosa é visível. Ela tenta se manter forte por causa do filho de 14 anos e da filha de 8 anos desde que os três foram forçados a fugir para o México.
31 May 2017

A dor de Rosa é visível. Ela tenta se manter forte por causa do filho de 14 anos e da filha de 8 anos desde que os três foram forçados a fugir para o México. Mas suas mãos estremecem quando ela abre uma pasta e de lá retira uma certidão de óbito.

A folha já foi manuseada tantas vezes que já está quase rasgando. Rosa não consegue ler o documento – ela nunca aprendeu a ler ou escrever. Ainda assim, maneja o papel como se fosse um tipo de ritual. É uma forma de ela lembrar do que perdeu.

A vida em Honduras era bem difícil. Os maras, ou quadrilhas, estavam cada vez mais ousadas, poderosas e perigosas. Sequestros, estupros e assassinatos tornaram-se atos rotineiros. Ela e seus filhos viviam constantemente apavorados. Rosa não tinha marido e sustentava seus filhos trabalhando como costureira e cozinheira. Mas as gangues extorquiram a pouca renda que ela tinha, e o que sobrou não era suficiente para mantê-los vivos. “Era muito triste”, ela conta balançando sua cabeça.

Seu filho mais velho fez o que muitos se negaram a fazer – recusou-se a integrar a gangue que aterrorizava toda a comunidade. Ele queria garantir um bom futuro para ele e sua família, construir algo que ele se orgulhasse. Ele tinha um emprego em uma fábrica de plástico, uma namorada e um bebê a caminho.

Porém, em Honduras, se recusar a integrar uma gangue é o mesmo que assinar sua sentença de morte. Então, um dia à noite, ele se deparou com diversos membros de uma quadrilha esperando por ele em uma parada de ônibus. Seu corpo foi encontrado na manhã seguinte. Sua namorada ficou tão transtornada que perdeu o bebê. Em apenas um terrível ato de violência, Rosa perdeu seu filho e sua neta.

Paralisada de medo, Rosa sentou-se com seus outros filhos e disse a verdade: era hora de partir.

Seu filho entendeu – ele também estava sendo ameaçado pelas gangues ainda que tivesse apenas 14 anos. Ele juntou todos os seus documentos e preparou duas pequenas malas para ele e sua irmã.