ACNUR celebra um ano da Casa de Acolhida Todos Irmãos em Guarulhos
ACNUR celebra um ano da Casa de Acolhida Todos Irmãos em Guarulhos
Desde o seu lançamento, há um ano, o espaço atende pessoas refugiadas recém-chegadas do Afeganistão, sendo o primeiro abrigo inaugurado com enfoque específico para este contexto humanitário.
Maria Beatriz Nogueira, chefe de escritório do ACNUR São Paulo, destaca o trabalho em rede realizado no último ano em defesa dos direitos da população afegã. “Esse abrigo foi o começo de um movimento muito maior. Agora, temos cerca de 11 abrigos no estado de São Paulo atuando de forma coordenada com o propósito de acolher essa população, inclusive com recortes de perfis específicos, como para famílias e pessoas viajando sozinhas”, afirma.
O ACNUR atua em parceria com organizações da sociedade civil e os governos municipais, estadual e federal para promover soluções efetivas às populações refugiadas. Parte fundamental deste processo é o diálogo direto com as pessoas acolhidas, identificando necessidades específicas de atenção, como no caso de mulheres grávidas e gestantes, pessoas idosas e crianças.
André de Oliveira, diretor da Secretaria de Assistência Social de Guarulhos, salienta os números atingidos no trabalho conjunto. “Acolhemos mais de 300 pessoas no centro de acolhida Todos Irmãos e o município já atendeu, por meio do Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante, mais de 4.300 pessoas refugiadas do Afeganistão.”
Desde 2015, o ACNUR trabalha em parceria com a prefeitura de Guarulhos para fortalecer o Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (PAAHM), localizado no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O posto é responsável pelos encaminhamentos das pessoas refugiadas aos centros de acolhida, além de prestar informações sobre os direitos dessa população recém-chegada ao Brasil.
O compartilhamento de informações atualizadas e de referência a diversos serviços públicos é constantemente produzido pelo ACNUR por meio da plataforma Ajuda.ACNUR.org, contemplando a tradução para os idiomas Pasthó e Dari/Farsi, línguas oficiais do Afeganistão.
O governo brasileiro concede vistos humanitários às pessoas refugiadas afegãs para assegurar sua proteção internacional. De acordo com dados do governo federal, desde setembro de 2021, mais de 9.000 vistos humanitários já foram emitidos e a partir de janeiro do ano passado, mais de 6.000 pessoas refugiadas afegãs entraram no Brasil.
“O trabalho de atenção às populações refugiadas, como no caso das afegãs, requer compromisso e atuação coordenada desde o acolhimento emergencial até a integração, com a oferta de aulas de português, acesso à documentação e aos serviços públicos de educação, saúde e assistência social, além de encaminhamentos para oportunidades de emprego”, afirma Maria Beatriz Nogueira, do ACNUR.