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Condições de saúde pioram após deslocamentos causados pelo conflito no Sudão ultrapassarem 4 milhões

Comunicados à imprensa

Condições de saúde pioram após deslocamentos causados pelo conflito no Sudão ultrapassarem 4 milhões

8 Agosto 2023
Enfermeira cuida de bebê com suspeita de sarampo em um centro de saúde no campo de refugiados Um Sangour, em Kosti, estado do Nilo Branco, Sudão. ©ACNUR/Isadora Zoni
Genebra, 8 de agosto de 2023 - Com mais de 4 milhões de pessoas deslocadas à força devido à crise no Sudão, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) está profundamente preocupada com a deterioração das condições de saúde em todo o país, inclusive nos campos de refugiados, bem como nos pontos de entrada da fronteira e nos centros de trânsito dos países vizinhos, onde as pessoas forçadas a se deslocar estão chegando. 

A situação no Sudão, onde as equipes do ACNUR estão presentes, é insustentável, pois as necessidades superam muito o que é humanamente possível atender com os recursos disponíveis. No estado do Nilo Branco, a falta de medicamentos essenciais, pessoal e suprimentos está prejudicando gravemente os serviços de saúde e nutrição em todos os 10 campos de refugiados, onde mais de 144.000 pessoas refugiadas recém-deslocadas de Cartum chegaram desde o início do conflito, juntando-se a milhares de pessoas refugiadas do Sudão do Sul e às comunidades locais que acessam as mesmas clínicas. Os serviços de saúde mental e apoio psicossocial também são praticamente inexistentes. 

Como muitas famílias estão se deslocando há semanas - com pouquíssimos alimentos ou remédios -, continuam sendo observadas taxas crescentes de desnutrição, surtos de doenças e mortes relacionadas. Entre 15 de maio e 17 de julho, mais de 300 mortes, principalmente entre crianças menores de 5 anos, foram registradas devido ao sarampo e à desnutrição. Se o financiamento dos programas de saúde que salvam vidas continuar a atrasar, esse número provavelmente aumentará. 

A escassez crônica de profissionais de saúde, bem como os ataques a funcionários, conforme relatado pela Organização Mundial da Saúde, comprometeram significativamente a qualidade da assistência médica em todo o país. A análise feita pelas equipes do ACNUR no Nilo Branco mostra que há pelo menos 70 pacientes por médico por dia, acima do que é medicamente recomendado, e uma clara demonstração de que os serviços estão sendo sobrecarregados. As cadeias logísticas rompidas significam que medicamentos e outros suprimentos estão acabando para centenas de milhares de pessoas que precisam desesperadamente deles. 

Além disso, são esperados mais casos de cólera e malária nos próximos meses devido às inundações causadas pelas chuvas contínuas e às instalações sanitárias inadequadas. 

Do outro lado da fronteira, a situação é igualmente desanimadora. O estado de saúde e nutrição das pessoas que chegam do Sudão se deteriorou drasticamente desde o início do conflito em abril e continua a piorar. O subfinanciamento prejudica seriamente a resposta no Sudão do Sul, onde 57 crianças, a maioria com menos de 5 anos de idade, morreram de sarampo e desnutrição em Renk. Dessas, 15 morreram na última semana. 

Da mesma forma, no Chade, apenas 17 clínicas móveis estão em funcionamento em 15 locais nas fronteiras e nos campos de refugiados onde as pessoas estão chegando. Até o momento, chegaram mais de 2.400 pessoas refugiadas e retornadas feridas que precisam de atendimento médico urgente, com aproximadamente 130 vítimas admitidas diariamente em junho. 

Juntamente com os parceiros de saúde e as autoridades governamentais, o ACNUR está se esforçando para ampliar a resposta. As agências humanitárias enviaram mais funcionários e voluntários para os campos, pontos de entrada na fronteira e centros de trânsito para dar suporte à triagem de desnutrição e outros serviços. As equipes também estão fornecendo kits médicos, aumentando a vacinação contra o sarampo para crianças e reabilitando as instalações existentes e criando novas. Além disso, estamos fazendo o possível para realocar rapidamente as pessoas que chegam dos pontos de entrada na fronteira e dos centros de trânsito para evitar a superlotação e conter a disseminação de doenças mortais. No entanto, precisamos de mais apoio dos doadores para salvar vidas. 

Mais de 4 milhões de pessoas foram forçadas a deixar o Sudão e os países vizinhos desde o início do conflito. Isso inclui quase 700.000 pessoas refugiadas e solicitantes de reconhecimento da condição de refugiado que se deslocaram para os países vizinhos e 195.000 sul-sudaneses forçados a retornar ao Sudão do Sul. No Sudão, mais de 3,2 milhões de pessoas foram deslocadas internamente, incluindo mais de 187.000 pessoas refugiadas que já residiam no país no início da crise. 

Mais fundos são urgentemente necessários para apoiar o fornecimento de assistência médica e outros auxílios que salvam vidas. Dos US$ 566 milhões requeridos pelo ACNUR e por outros parceiros para o Plano Regional de Resposta aos Refugiados (RRRP) para prestar assistência nos países vizinhos ao Sudão, apenas 29% foram recebidos. A resposta interagências dentro do Sudão tem apenas 24% de financiamento. 

Para obter mais informações, entre em contato: