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Ciclistas refugiados da Eritréia pedalam em busca de conquistas na Etiópia

Comunicados à imprensa

Ciclistas refugiados da Eritréia pedalam em busca de conquistas na Etiópia

Ciclistas refugiados da Eritréia pedalam em busca de conquistas na EtiópiaSeis refugiados, que se separaram quando deixaram seu país de origem, encontraram no ciclismo a esperança de reconstruírem suas vidas em Addis Ababa.
22 May 2017

ADDIS ABABA, Etiópia, 22 de maio de 2017 – Ziguezagueando entre carros e caminhões, seis rapazes pedalam a toda velocidade pelo caótico trânsito da capital da Etiópia. Eles fazem parte de uma equipe de ciclismo e são amigos de infância que se separaram quando foram forçados a deixar a Eritréia há um ano. Quando chegaram a Addid Ababa, eles se reencontraram devido a paixão pelo ciclismo. Para eles, cada pedalada traz uma nova esperança.

“O ciclismo é uma parte essencial da minha vida. É o melhor exercício – Me sinto feliz, relaxado e não penso em mais nada quando estou pedalando”, diz Filimon, de 24 anos. Ele conta como aprendeu a andar de bicicleta quando era adolescente na Eritréia. “Eu costumava competir com meus amigos da vizinhança todos os domingos. Meus pais me incentivavam bastante”.

Filimon chegou à Etiópia sozinho em 2015 e viveu no campo de refugiados Main Aini, ao norte da região Tigré. Um tempo depois, ele se mudou para Mekelle onde teve a oportunidade de voltar a pedalar.

“Me juntei a uma equipe de ciclismo por seis meses”, ele conta. Em seguida, ele se mudou para a capital Addis Ababa.

Filimon nunca imaginou que o ciclismo proporcionaria o reencontro dele com seus amigos de infância. “Aconteceu por acaso. Deixamos a Eritréia por motivos distintos, em épocas diferentes e acabamos nos reencontrando aqui em Addis Ababa graças ao nosso treinador”, conta Filimon com alegria.

Ainda que tenham histórias de vida bem diferentes, esses jovens e motivados refugiados se apoiam e inspiram uns aos outros. “Eu era ciclista profissional”, conta Daniel, de 24 anos, outro membro da equipe que compartilha suas experiências para aprimorar o treino dos amigos. “Essa equipe se tornou a minha família. Nós compartilhamos tudo, inclusive dinheiro, quando algum de nós precisa resolver algum problema financeiro”, acrescenta.

Desde o ano 2000, a Etiópia tem recebido e abrigado cerca de 170 mil refugiados da Eritréia, sendo grande parte crianças desacompanhadas ou separadas de suas famílias. O governo etíope permite que refugiados vivam fora dos campos, em zonas urbanas, caso consigam se sustentar. “A comunidade inteira nos apoia, principalmente a pessoa que nos vende os equipamentos pela metade do preço”, conta Filimon. “Ele faz isso pois já foi refugiado e compreende a nossa situação”.