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Surfista sírio encontra refúgio nas ondas do Líbano

Comunicados à imprensa

Surfista sírio encontra refúgio nas ondas do Líbano

Surfista sírio encontra refúgio nas ondas do LíbanoAli nunca havia visto o mar antes de sua família ser forçada a fugir para o Líbano. Depois de surfar sua primeira onda, ele foi acolhido pela comunidade de surfistas do país.
15 May 2017

JIYEH, Líbano, 15 de maio de 2017 – Ali Kassem está deitado em sua prancha, ele segue remando e esperando que o mar lhe ofereça a onda perfeita. De repente, ele se direciona para a praia, fica em pé e desliza com destreza pela ondulação. Para quem vê de longe, parece muito fácil.

Apesar de se sentir seguro na água, Ali, de 16 anos, não sabia nem mesmo nadar até bem pouco tempo atrás. Criado em Alepo, a segunda maior cidade da Síria, e onde não há mar, ele foi forçado a fugir para o Líbano em 2011 com a sua família.

Eles se estabeleceram em Jiyeh, uma antiga cidade costeira localizada a 28 quilômetros de Beirute.

A área é o ponto de encontro da nova comunidade surfista do Líbano. Quando Ali viu os moradores do local deslizando sobre as ondas, ele ficou fascinado. Assim, por meses ele ia para a beira da praia para observar a técnica e os movimentos típicos de cada surfista.

Agora ele é um deles. As mechas douradas em seus cabelos revelam as diversas horas que ele passou sob o sol do Mediterrâneo. Entre todas as dificuldades de viver longe de seu país de origem, essa pequena faixa de areia se tornou o local onde sente mais feliz, e os surfistas se tornaram sua segunda família.

“Surfar me ensinou a ser mais forte e que nada é impossível nessa vida”, diz Ali. “Se você quer alguma coisa, você deve ir atrás”.

Seu instrutor sorri ao se lembrar de quando conheceu Ali, e de suas primeiras tentativas de pegar uma onda. Ali El Amine, de 33 anos, é um surfista de origem norte-americana e libanesa que administra a Surf Lebanon, um clube e escola de surf. Ele e um amigo descobriram o jovem Ali há dois anos em um dia frio de abril quando voltavam de uma sessão de ondas. “Nós vimos um menino com um pedaço de isopor na beira da água”, lembra-se El Amine. Claramente Ali havia cortado uma peça que havia encontrado no lixo para tentar fazer uma prancha”.

Eles não imaginaram que ele se arriscaria naquelas águas agitadas, especialmente sem estar treinado, ou sem ter trajes e equipamentos apropriados.