Close sites icon close
Search form

Search for the country site.

Country profile

Country website

Conflito de dois anos devasta mais de 1.600 escolas no Iêmen

Comunicados à imprensa

Conflito de dois anos devasta mais de 1.600 escolas no Iêmen

Conflito de dois anos devasta mais de 1.600 escolas no IêmenCerca de duas milhões de crianças estão fora da escola devido ao conflito armado no Iêmen. O ACNUR está ajudando refugiados, deslocados internos e crianças iemenitas a continuarem os estudos.
9 May 2017

SANAA, Iêmen, 9 de maio de 2017 – A principal preocupação de Afrah, refugiada somali de 12 anos, é a mesma de milhões de pessoas envolvidas no brutal conflito do Iêmen: sobreviver em meio a bombas, tiroteios e a corrosiva pobreza gerada pela guerra.

De olho no futuro, outra questão que a aflige é que o conflito a impeça de continuar seus estudos e de conquistar seu sonho de, um dia, tornar-se médica.

“Tenho pavor da guerra, mas quero muito continuar estudando”, disse Afrah, vestida em uma túnica verde, o uniforme da Asma School voltada somente para meninas, em Sanaa, a capital do Iêmen.

Dois anos de conflito no Iêmen desestruturaram boa parte do país e da vida de seus moradores, deixando 18,8 milhões de pessoas em necessidade de ajuda humanitária e 2 milhões de criança fora da escola.

Serviços básicos e instituições, incluindo o sistema público de educação, estão prestes a sucumbir em razão da pressão causada pela guerra. Apesar das escolas públicas no Iêmen permanecerem gratuitas para as crianças locais e refugiadas, mais de 1.600 unidades de ensino sofreram danos e estão impróprias para receber os estudantes.  Além disso, existem outras unidades muito próximas às zonas de conflito que expõem os alunos a riscos iminentes de segurança.

Para jovens solicitantes de refúgio e refugiados como Afrah, cuja família atravessou o Golfo do Áden para escapar da guerra na Somália, seu país de origem, o risco de ruptura no processo educacional é ainda maior. De acordo com um relatório feito pelo ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, chamado Missing Out: Refugee Education in Crisis, crianças refugiadas são cinco vezes mais propensas a estarem fora da escola do que outras crianças.

“O conflito não está afetando somente o estado psicossocial e de saúde dos alunos e professores. Eles estão em constante luta com a pobreza e precisam de muita ajuda”, explica Aisha Al Dhafari, o diretor da escola frequentada por Afrah.

A escola de Afrah, como diversas outras no Iêmen, está superlotada e funcionando muito além de sua capacidade original, já que acolheram outros estudantes que foram deslocados para os arredores.

“Antes da guerra, uma sala de aula costumava ter 60 alunos. Agora, esse número duplicou e cada sala acomoda cerca de 120 crianças”, diz Al Dhafari.

Atualmente, a escola tem dobrado os horários de aula, e as crianças podem frequentá-las pela manhã ou à tarde. Os materiais escolares e outros equipamentos estão escassos. Além da superlotação, as salas de aula estão com problemas de iluminação, em decorrência de problemas de eletricidade nos arredores de Sanaa, que está devastada pela guerra. Uma das medidas que garantem chegada da luz nas escolas são as placas solares instaladas pelo ACNUR no teto do prédio.