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Sírios deslocados pelo conflito correm ainda mais riscos por falta de documentação

Comunicados à imprensa

Sírios deslocados pelo conflito correm ainda mais riscos por falta de documentação

Sírios deslocados pelo conflito correm ainda mais riscos por falta de documentaçãoSeis anos de guerra deixaram milhares de sírios sem documentos válidos, dificultando-lhes a liberdade de circulação e o acesso a serviços básicos. Com um clique você pode se tornar um doador também, apoiar os programas do ACNUR e contribuir para salvar vidas.
24 Abril 2017

ALEPO, Síria, 21 de abril de 2017 – Samira se lembra do dia que teve que fugir de sua casa com o marido Wael e o filho recém-nascido no fim de 2012. A família vivia na parte leste de Alepo e queria chegar à parte oeste, mas sem as carteiras de identidade e a certidão de casamento, tiveram que desviar dos pontos de verificação e dos conflitos. O que era para ser uma curta viagem tornou-se uma longa e perigosa jornada.

“Foi uma viagem muito difícil”, lembra Samira. “Para fugir dos pontos de verificação, éramos expostos a alternativas perigosas”. Apesar de conseguirem chegar a um ponto seguro na parte ocidental de Alepo, onde estão atualmente, a falta de documentação traz ameaças sérias à família.

Samira e Wael se casaram logo após o início do conflito, mas não puderam registrar o casamento na cidade natal de Wael, localizada a 50 quilômetros de Idlib, por conta dos conflitos ao longo da estrada. “Nós mal conseguimos transitar em Alepo. Sair da cidade então, se tornou uma missão impossível”, explica Samira.

Por não possuir documentos que oficializassem seu casamento, o casal não pôde registrar o nascimento dos dois filhos, Mohammed, 4 anos e Shaza, 2 anos. “Sem certidão de nascimento, meus filhos talvez não tenham educação adequada nem assistência médica”, acrescentou.

Além de causar ao deslocamento interno de 6,3 milhões de pessoas e forçar mais de 5 milhões a deixar o país, o conflito na Síria, que agora já dura mais de seis anos, também deixou centenas de milhares de cidadãos sem documentação válida.

Os refugiados sírios que nasceram fora da Síria, e não têm certidão de nascimento, correm o risco de se juntar às 10 milhões de pessoas apátridas no mundo, principalmente aquelas cujos pais não podem ou não querem atestar o parentesco. Para outros, incluindo os que estão deslocados dentro do país como Samira e Wael, a falta de documentos também impede que as famílias se reúnam.

“A falta de documentação também faz com que as pessoas sejam suscetíveis a assédios, extorsões e explorações, ” explicou Abdul Karim Ghould, Representante do ACNUR em Damasco.

Muitas pessoas não estão cientes dos processos necessários para conseguir os documentos ou não podem arcar com os custos, que se elevaram recentemente. O ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, está oferecendo assistência jurídica a aqueles que precisam. Além disso, está providenciando ajuda para que consigam certidões de nascimento e acesso aos serviços, diminuindo o risco de apatridia.