Na Colômbia, indígenas lutam pela sobrevivência e pelo direito ancestral sob seu território
Na Colômbia, indígenas lutam pela sobrevivência e pelo direito ancestral sob seu território
MAPIRIPÁN, Colômbia, 21 de abril de 2017 – Embora o passado dos Sikuani possa ser caracterizado pelo nomadismo na região da Orinoquía, hoje, devido aos processos forçados de sedentarização, seus 23.000 membros vivem nos departamentos de Vichada, Guainía, Meta, Casanare e Arauca, na Colômbia, e em outras regiões da Venezuela.
No assentamento Chaparral, no município de Maripán, localizado em Meta, vive uma pequena comunidade Sikuani composta por 104 indígenas. De Villavencio, capital de Meta, até o seu território, são necessárias 11 horas de transporte terrestre.
Os indígenas Sikuani enfretam outras dificuldades para sair de sua comunidade, pois não contam com meios de transporte, e por isso enfrentam a pé jornadas de nove ou mais horas.
Nas planícies, rodeados por um verde exuberante, este grupo de indígenas hoje luta para que o governo colombiano reconheça o seu direito ancestral sob o território. Sem saber que tinham o direito de ser reconhecidos como reserva indígena, os Sikuan enfrentaram deslocamento forçado, a colocação de minas explosivas em seus territórios, desapropriação de terra, foram vítimas de confinamento, de recrutamento forçado dos seus filhos, violência sexual contra mulheres e meninas, insegurança alimentar, entre outros.
Pressionados por eventos como os massacres de Mapiripán e Puerto Alvira, localizados em Meta, em 1997 e 1998, onde foram mortas mais de 80 pessoas, e pela presença constante de grupos armados ilegais em seu território, o recrutamento de 5 crianças em 2002 e acusações sobre seus membros serem ajudantes destes grupos, os Sikuani que viviam no assentamento Chaparral foram forçados a deixar seu território.